Gestores e técnicos da Saúde discutem propostas de melhoria do SUS Municípios
Gestores e técnicos dos municípios que compõem a 2ª Macrorregião de Saúde participaram nesta terça-feira (29), em Arapiraca, da reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR), quando foram discutidas pautas de interesse das respectivas regiões. A secretária de Estado da Saúde (Sesau), Rozangela Wyszomirska, apresentou a proposta de trabalho da pasta para 2016 e o Plano Estadual de Saúde (PES) de 2016-2019. A discussão foi coordenada pelo presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems)/AL e secretário de saúde de Arapiraca, Ubiratan Pedrosa.
Dentro das propostas do Estado para melhorar a assistência prestada ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) está a construção de três novas unidades hospitalares, já que – de acordo com Rozangela – Alagoas tem carência de mais de dois mil leitos. Para tanto, será discutida e pactuada, posteriormente, a construção do Hospital Metropolitano de Maceió; Hospital das Clínicas Portugal Ramalho e Maternidade de Risco Habitual.
Em contrapartida, as dificuldades no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya, foram expostas por alguns secretários de saúde da 7ª, 8ª, 9ª e 10ª regiões. Eles foram unânimes no tocante à preocupação com o controle do vetor. O sentimento de impotência dos gestores com os altos índices de infestação do mosquito, apesar dos mutirões e outras ações diárias, foi um dos pontos altos da reunião.
O presidente do Cosems/AL Ubiratan Pedrosa, que coordenou a pauta da CIR da 2ª Macrorregião, disse que o problema merece uma reflexão mais aprofundada. “Estamos há 30 anos com as mesmas ações de conscientização da população, mas não há bala mágica para resolver a questão porque as condições ambientais são adversas. Falta também à prática de civilidade para reverter o problema”, alertou Ubiratan.
De acordo com ele, a operacionalização de combate ao vetor deve ser revista e sugeriu que os municípios adotem a estratégia que já está sendo executada em Arapiraca. “O agente comunitário de saúde também precisa ir até o quintal do imóvel, identificar os criadouros, os reservatórios com larvas, tentar destruir o foco do mosquito e orientar a família. A unidade de saúde deve se responsabilizar pelo trabalho de campo, planejando o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias”, destacou.
Outra iniciativa que pode dar certo, segundo Pedrosa, é fazer o mapeamento de risco, colhendo informações dos agentes que melhor conhecem o campo e podem indicar os locais onde há maior índice de infestação, evitando que visite novamente áreas que não merecem a mesma atenção.
A secretária de Saúde de Pão de Açúcar e uma das diretoras do Cosems, Normanda Santiago, afirmou que os gestores dos municípios precisam saber o resultado das ações de combate ao mosquito da dengue e lembrou a participação do Ministério Público no processo.
A secretária de Saúde de Lagoa da Canoa, Kátia Betina, acrescentou que apesar de inúmeras ações de mobilização para eliminar criadouros e focos do mosquito, o índice de infestação em seu município parece não diminuir. “Os agentes fazem o trabalho nas casas, mas o resultado não aparece e não sabemos o que fazer”, indagou Betina.
Foi apresentada ainda na reunião a situação atual da microcefalia em Alagoas que, até o dia 19 de março, registrou 251 casos suspeitos e seis óbitos suspeitos. Outro ponto apresentado foi o aplicativo de celular Juntos pela Saúde, no qual o cidadão pode denunciar focos do mosquito da dengue. Até essa segunda-feira (28), a Sesau já tinha contabilizado 730 denúncias.