Cosems defende inserção do homem como política prioritária de saúde Saúde
Cosems defende inserção do homem como política prioritária de saúde
Mary Wanderley
A secretária executiva do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems), Sylvana Medeiros, representou nesta quarta-feira (28) a entidade na abertura do Encontro Estadual sobre a Saúde do Homem, que acontece na Unit. O evento é coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) e, na ocasião, a representante do Cosems destacou a importância de o homem ser inserido em todos os níveis de atenção à saúde, desde a Atenção Primária, Média e Alta Complexidade, sendo assistido por todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde.
“Enquanto atores da política de saúde, devemos estimular, orientar e educar este homem desde a infância para a promoção e o cuidado da saúde para que ele desenvolva hábitos de vida saudáveis, evitando o adoecimento precoce bem como o diagnóstico de doenças em estágios avançados”, alertou Sylvana, salientando a necessidade de os municípios incluírem o homem no sistema por meio das Unidades Básicas de Saúde, dos Núcleos de Apoios à Saúde da Família (Nasfs), das Academias de Saúde, das unidades especializadas, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Centro Especializado de Odontologia (CEO) e demais pontos de atenção.
Sylvana afirmou que o desafio para os municípios é direcionarem um olhar mais crítico e prioritário no tocante à inserção e integração deste público. “Importante também ter como parceiro a saúde do trabalhador, ou seja, envolver as empresas neste contexto”, reforçou ela, apesar de reconhecer as limitações e sobrecargas das equipes de saúde, mas acrescentou que os planos municipais de saúde devem focar na saúde do homem como política prioritária.
A secretária de Saúde de Jequiá da Praia, Patrícia Cavalcante, afirmou que os municípios precisam começar a pensar em estratégias para atrair a atenção e sensibilizar os homens da relevância de cuidar da própria saúde. Outra coisa importante, na opinião dela, é a integração de todas as coordenações técnicas e principalmente as do Estado.
“Tenho certeza que com o trabalho de intersetorialidade conseguiremos avançar nesse desafio. Em Jequiá da Praia fomos em busca dos homens no terço que rezam com o padre Alex e assim começamos a sensibilizá-los e ainda não atendemos 100% deles, mas esta é a nossa meta”, enfatizou Patrícia.
Política Nacional – O coordenador da Saúde do Homem da Sesau, Marcos Martins, expôs sobre a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem e advertiu que 80% das mortes de pessoas com idades entre 15 e 30 anos dizem respeito ao homem, principalmente por causas externas (a exemplo dos acidentes de trânsito e violência). Segundo o estudo dele, a morbidade dos homens são por doenças do coração, psíquicas, cânceres pulmonar, de próstata e de pele; colesterol elevado e hipertensão;
Já as mortalidades são provocadas também por doenças do aparelho circulatório, neoplasias (tumores) e doenças do aparelho digestivo. Martins ressaltou a necessidade de a Sesau capacitar os municípios para inserirem o homem no sistema de Saúde. “O homem precisa se cuidar não apenas no Novembro Azul, mas de novembro a novembro. O cuidado deve abranger todas as faixas etárias e ciclos de vida”, destacou.
De acordo com ele, há uma questão cultural de que o homem não adoece e não precisa do SUS. “Ele sempre entra no sistema pela emergência ou com problema de saúde já instalado. Precisamos melhorar este acesso e acolhimento nas Unidades Básicas de Saúde”.
O gerente da Atenção Primária da Sesau, Rodrigo Luz, salientou a importância das políticas transversais que também inclua as minorias, a exemplo do LGBT e homem do sistema prisional; além de se investir na política de segurança nas estradas, já que o homem morre mais em acidentes automobilísticos. “Importante para as mudanças dos indicadores de saúde o papel dos agentes de saúde na busca ativa já que o homem não marca consulta”, concluiu.