Lá pelos idos de 1864, montado em um cavalo, Manoel André Correia dos Santos trouxe a imagem de uma Nossa Senhora da Guia, de Bom Conselho-PE, percorrendo cerca de 100km até chegar ao seu destino. Assim, o nome da padroeira de Arapiraca homenageia a cidade de origem da santa: Bom Conselho.

A Mãe de Jesus, por sua vez, veio “guiando” esse primeiro cavaleiro até o então povoado arapiraquense. Chegando aqui, ele a pôs na capela que construiu onde sua esposa Maria Valente havia sido sepultada, ao lado da residência deles.

Essa é mais uma curiosidade de um município que vem sendo historicamente redescoberto, com o passar dos anos, pelos seus próprios moradores.

“A fé de um só homem só fez uma cidade inteira nascer. E isso é incrível, a importância cultural que isso tem. Desde que me entendo por gente, venho para a Festa da Padroeira. Estudei em colégio de freiras. Não tinha como eu não me envolver espiritualmente com Nossa Senhora do Bom Conselho e com essa história”, diz o estudante Thiago Barros, de 28 anos.

Missionário

Segundo a irmã Amélia Vieira de Carvalho, de 84 anos, do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, situado na cidade pernambucana de mesmo nome, em fevereiro de 1853, um missionário italiano chegou por lá.

O local se chamava povoado Papacaça e estava em total miséria. Então, o frei Caetano de Messina pediu a intercessão da Mãe do Bom Conselho. Assim, ele começou sua obra missionária naquele futuro município que ganharia o nome da santa. E ela ouviu suas preces.

Assim como o frei – que, inclusive, está em processo de beatificação por conta de seus feitos nobres e altruístas em vida –, o fundador de Arapiraca, Manoel André, também levou sua devação para o surgimento de toda uma cidade, envolta a esse sentimento mariano.

ASCOM ARAPIRACA