Gestores discutem em CIB entraves da saúde pública em Alagoas Municípios
Gestores e técnicos do Conselho de Secretarias Municipais da Saúde de Alagoas (Cosems), da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) e dos municípios alagoanos participaram nessa segunda-feira (12) da 10ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) no auditório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), no Prado.
A agenda extensa pontuou entraves de alguns setores da saúde pública municipal que preocupam a categoria, a exemplo do monitoramento do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) e da dispensação dos colírios para os pacientes com glaucoma.
“O Ceaf é pauta permanente das CIBs no intuito de monitorar o desabastecimento que se tornou recorrente, deixando desassistida a população que precisa destes medicamentos, que fazem parte do componente estratégico de obrigatoriedade do Estado”, afirmou Izabelle. Ainda de acordo com ela, o Estado e a União precisam se co-responsabilizar com o repasse dos colírios já que assinaram um Termo de Ajuste de Conduta no Ministério Público e a falta deles pode levar a população à cegueira.
A situação dos hospitais Unacom Chama e Unacon Afra Barbosa de Arapiraca foi outro assunto abordado na CIB. A presidente Izabelle leu o relatório feito pelos técnicos do Cosems, baseado em pesquisa realizada com todos os municípios alagoanos, demonstrando as principais dificuldades dos gestores municipais sobre a assistência oncológica na II Macrorregião de Saúde.
O Afra é apontado por deixar lacunas no atendimento ao paciente oncológico, a exemplo de falta de medicações e dificuldade no agendamento de exames de média e alta complexidade e até recusa de pacientes para agendamento no serviço. O Unacom Chama é citado pela suspensão dos atendimentos, devido aos atrasos nos repasses da contrapartida financeira estadual bem como o pagamento de procedimentos excedentes para a rede de Oncologia, que agrava a situação dos pacientes que necessitam iniciar seus tratamentos, como também à oferta insuficiente de exames na rede.
Outro tema tratado na reunião foi concernente ao diagnóstico da oferta dos procedimentos de mamografia e citologia de rastreamento, apresentado pela técnica da Gerência de Controle e Avaliação da Sesau, Nélia Maria. Os gestores reclamaram da redução de financiamento por parte do Ministério da Saúde eque deixaram de receber recursos por falta do registro das informações nos sistemas oficiais.
A assessora explicou que o MS considerou a série histórica dentro da faixa etária específica e apenas as informações dos laboratórios habilitados no Qualicito. Vale frisar que esta redução financeira provoca maior dificuldade para que os municípios consigam atingir seus indicadores.
A secretária executiva do Cosems, Sylvana Medeiros, destacou que a meta do MS é cobrir – com a realização dos exames de citologia e mamografia – pelo menos 50% das mulheres e os municípios não estão conseguindo atingir o percentual de 30%.
Nélia ressaltou que as áreas técnicas do Estado estão em negociação para que tais indicadores, que também são requisitos para o repasse do Incentivo Estadual Prosaúde sejam avaliados a cada três meses e não mensalmente, devido ao não envio de informações pelos prestadores em tempo hábil.
Durante a reunião, a médica e coordenadora estadual da Rede Cegonha, Syrlene Medeiros, apresentou o fluxo assistencial para crianças cardiopatas em Alagoas e alertou sobre a importância de os recém-nascidos realizarem o teste de coraçãozinho nas maternidades, Centros e Casas de Parto, logo após o nascimento. Uma equipe de especialistas do Hospital do Coração (HCOR) apresentou o projeto que atende desde 2015 pelos SUS a crianças cardiopatas do Estado de forma integral.
A presidente do Cosems Izabelle Pereira parabenizou o Hospital do coraçãozinho que se tornou uma referência positiva desde 2015 e espera que iniciativas como esta ocorram mais para preencher o vazio assistencial no tocante à cardiopatia neonatal. “Isso mostra que o SUS pode dar certo e que dispõe de profissionais dedicados e que trabalham com amor e afinco, enchendo nossos olhos de esperança de que a saúde pode sim avançar”, reforçou.
O representante do HCOR José Leitão afirmou que o grupo tem um projeto intitulado Coração de Estudante que com uma equipe de especialistas e acadêmicos de Medicina de Alagoas visita os municípios para levar informações de saúde aos profissionais. Os gestores interessados podem agendar a visita pelo atendimento@soucordial.com.br
ASCOM COSEMS