Municípios investem mais recursos para garantir qualidade na educação básica Educação
Responsáveis pela educação básica no país, os municípios têm investido recursos superiores aos determinados em lei, além de garantir contrapartidas a programas federais. A via, que nem sempre é de mão dupla, está com o sinal amarelo aceso e os novos gestores vão precisar de equipes qualificadas para avançar e mostrar à população resultados positivos.
Enfrentá-los é a única opção, disse hoje, na AMA, a técnica da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Dálete de Cássia Bilac. “A hora é de mais gestão, metas, indicadores, tendo em vista que esperar mais recursos é uma incógnita”. Dálete Bilac veio a convite do presidente Marcelo Beltrão para apresentar o atual cenário da educação.
Nesse panorama está o novo piso do magistério, reajustado em 7,64% para 2017, enquanto o crescimento da receita do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb – para 2017, em relação a 2016 será de apenas 3,27%. Em Alagoas a situação é ainda mais grave porque com o crescimento do ICMS estadual, a complementação feita pela União deve cair ou, até mesmo, ser descontada em 2017.
É uma conta matemática que não fecha e, para a qual, a técnica chama atenção para dois aspectos: a necessidade de revisão nos planos de carreiras existentes e a necessidade de aprovação pelo Congresso da PL 3776 garantindo alteração nos critérios de reajustes com definição de fonte orçamentária.
O presidente da AMA reforça que nenhum gestor é contra o aumento, pelo contrário, o professor é o principal elo nessa cadeira, precisa ser respeitado, valorizado, mas educação não se resume apenas a pagamento de salários. Opinião compartilhada com a representante da Undime, Neide Granja que participou da reunião .
Além do aumento do piso do magistério, os prefeitos que assumiram esse ano ainda precisam administrar a defasagem dos programas federais. No Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) a defasagem chega a 57,1%. Com o valor corrigido do Programa pelo IPCA, o município recebe por aluno R$0,47. Já o Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE), o valor aluno é de R$189,65. “Os municípios precisam investir recursos próprios, principalmente, nessas duas áreas”, afirmou a técnica em Educação. Ela também faz um alerta na hora de aderir aos inúmeros programas criados porque a maioria requer contrapartidas que, muitas vezes, o município não tem. “Não há critério do governo federal para atualizar os valores per capita/aluno, o que acaba penalizando os municípios que precisam aumentar os valores investidos para garantir a qualidade da educação”, afirma Dálete.
Para o presidente da AMA, Marcelo Beltrão o tema educação é vasto e requer debates constantes. Orientar os gestores e gestoras que começam agora é um passo importantes porque o atual cenário requer planejamento e ações coordenadas.
A apresentação da técnica da CNM Dálete Bilac está disponível pela download
CNM publica nota técnica com esclarecimentos sobre o reajuste do piso salarial do magistério
A nota técnica elaborada pela área de educação da CNM pretende orientar os gestores sobre o cumprimento da Lei 11.738/2008. No dia 12 de janeiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) divulgou o valor do piso estabelecido em R$2.298,80 para o ano de 2017.
O valor representa aumento de 7,64% sobre o piso de R$ 2.135,64 que estava vigente em 2016. Com isso, a nota técnica publicada apresenta detalhes importantes sobre o critério de reajuste do piso, aspectos legais e as ações da CNM relativas ao reajuste do piso.
Acesse aqui a íntegra da Nota Técnica Valor do Piso Salarial do Magistério Público para 2017.