Bancos fazem atendimento individualizado aos prefeitos para quitar dívidas rurais Agricultura
Municípios que estão com seus pequenos produtores rurais impedidos de abrir novas linhas de crédito no banco por causa de dívidas adquiridas até 2011, podem mudar essa realidade. Representantes do Banco do Brasil e Banco do Nordeste estiveram na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) para apresentar aos prefeitos um projeto de Lei municipal que permite à prefeitura arcar com as dívidas dessas famílias com descontos de até 95%.
O desconto foi garantido na Lei 13.340, aprovada em setembro desse ano, apenas para as contas liquidadas até do dia 29 de dezembro. Segundo o presidente da AMA, Hugo Wanderley, é importante levar o projeto de lei para aprovar nas Câmaras de Vereadores a tempo de aproveitar o abatimento no valor total.
“Esse é benefício muito grande para os municípios. Primeiro limpando o nome desses agricultores, que podem gerar a sua própria renda, fruto do seu próprio esforço, e depois injetando recursos dentro dos municípios, fazendo circular e aquecer a economia”, afirmou o presidente da AMA.
A medida deve auxiliar mais de 32 mil famílias e pode injetar, no mínimo, R$ 144 milhões nos municípios alagoanos, já que os bancos se comprometem a abrir crédito entre R$ 4.500 e R$ 150.000 para as famílias da região. Municípios de outros estados, como Pernambuco e Sergipe, tiveram a mesma iniciativa.
Segundo Efigênio Castro, gerente de Negócios Agropecuários do BB, a principal vantagem é tornar esse produtor apto novamente ao credito no banco. “Nós já temos algumas prefeituras arcando com esse pagamento dos minis produtores, geralmente pronafianos A e B que são assentados pelo Incra”, completou o gerente de Negócios Agropecuários do BB.
No Banco do Brasil apenas 10% dos contratos foram liquidados e no Banco do Nordeste 15%. Para dar agilidade e cada prefeito tomar conhecimento da sua situação, os bancos fizeram atendimento individualizado para explicar quantas operações o município tem e qual o benefício para cada um.
“É possível que numa mobilização conjunta prefeitura e câmara municipal façam um esforço e liquidem essas operações, às vezes, com 10, 15 ou 20 mil reais e o banco assuma o compromisso de que essas pessoas estando adimplentes, com o nome regular, volte a dar crédito elas”, afirmou Wesley Maciel, superintendente do Banco do Nordeste.
O representante da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Arapiraca, Francisco Souza, o Chico da Capial, alertou que o ideal é que o prazo seja prorrogado por um ano e se estenda aos agricultores que tem dívidas até 2017. “Estamos trabalhando juntos aos ministérios para que possa prorrogar a lei por mais um ano, para que o agricultor possa liquidar suas contas com 95% de perdão. Por isso, é muito importante esse trabalho da AMA para que os prefeitos se sensibilizem e paguem a conta dos agricultores”, afirmou.