AMA alerta Governo do Estado para importância do teletrabalho para mães durante pandemia Municípios
Não há dúvidas que as mães foram as mais prejudicadas durante a pandemia. O relatório “Mulheres no centro da luta contra a crise Covid-19”, divulgado no final de março pela ONU Mulheres, entidade da Organização das Nações Unidas para igualdade de gênero e empoderamento, mostra que a pandemia afeta mais as mulheres por uma série de fatores.
Um desses motivos é que as mulheres têm de se dividir entre diversas atividades, como: emprego fora de casa, trabalhos domésticos, assistência à infância (cuidado com filhos), educação escolar em casa (já que as escolas estão fechadas) e assistência a idosos da família.
Pensando nessa rotina de trabalho e nas escolas que ainda não voltaram ao seu funcionamento, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) chama atenção do Governo de Alagoas para a situação das mulheres no momento da retomada econômica tendo em vista que os setores produtivos estão retomando suas atividades e muitas mulheres não conseguirão por causa dos filhos que continuam sem aula.
A entidade tem uma presidente mulher que se sensibiliza com todas as mulheres que precisam voltar aos seus trabalhos e não tem com quem deixar seus filhos.
“É necessário que o Governo do Estado construa junto com a iniciativa privada, soluções que levem em consideração a situação das mulheres trabalhadoras, e que tenham como objetivo garantir a permanência dessas mulheres no mercado de trabalho. Essas soluções podem passar pela flexibilização da jornada de trabalho, jornada híbridas, presencial e virtual, de forma que as mulheres possam continuar dando a sua contribuição enquanto trabalhadoras ao mesmo tempo em que cumprem com suas múltiplas tarefas no ambiente familiar e, nesse momento de pandemia, aumentaram de forma significativa os afazeres domésticos, os quais ficam sob a responsabilidade de nós mulheres, na grande maioria das vezes”, destacou Pauline Pereira, presidente da AMA e prefeita de Campo Alegre.
De acordo com o documento da ONU, “a pandemia teve e continuará a ter um grande impacto na saúde e no bem-estar de muitos grupos vulneráveis”. O texto prossegue: “As mulheres estão entre as mais afetadas.” O relatório também afirma que antes da Covid-19, mulheres desempenhavam três vezes mais trabalhos não remunerados do que os homens; com o isolamento, a estimativa é que este número triplique.
Com relação ao ambiente familiar, o texto lembra que a pandemia tem aumentado os afazeres de trabalho não remunerado entre as mulheres. Além disso, o fechamento de escolas e creches, por exemplo, não apenas aumentará a quantidade de tempo que os pais devem gastar em assistência e supervisão infantil, mas também forçará muitos a supervisionar e liderar a educação em casa.
No que se refere às mais afetadas, o relatório alerta que os piores efeitos da pandemia poderão ser sentidos principalmente entre as mulheres que vivem em países em desenvolvimento.
“As consequências econômicas e sociais da crise exacerbarão as desigualdades e a discriminação existentes contra mulheres e meninas, especialmente contra as mais marginalizadas e as que já estão em extrema pobreza”, aponta o documento.
AMA com informações G1 e relatório ONU