Municípios alagoanos recebem selo Unicef 2020 Educação
Quatorze gestores alagoanos receberam nesta terça-feira, 8 de dezembro, o Selo UNICEF por seus avanços na garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Foram eles Palmeiras dos Índios, Maragogi, Craibas, Arapiraca, Penedo,Igaci, Feira Grande, Teotonio Vilela, Junqueiro, Campo Alegre, Olho DÁgua das Flores, Olho DÁgua Grande, Coité do Nóia e Taquarana.
Mais crianças na escola, aprendendo; mais mulheres com acesso a pré-natal; mais meninas e meninos com registro de nascimento; mais adolescentes participando ativamente das políticas públicas que impactam sua vida. Essas são algumas das conquistas dos municípios vencedores.
Esses municípios tiveram avanços maiores do que os demais em suas regiões em indicadores de saúde, educação e assistência social. “Eles comprovaram melhoras significativas nas políticas públicas para que mais meninas e meninos pudessem estar na escola na idade certa, ser alcançados pelos serviços de saúde, nutrição, vacinação, e ser protegidos contra a violência”, diz Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.
“O resultado maior não é a certificação em si, mas os impactos positivos na vida de crianças e adolescentes”, explica Florence. “Com o apoio do UNICEF, esses municípios se superaram. Isso é a prova de que fortalecer a gestão pública, com foco na infância e na adolescência, é o melhor investimento no desenvolvimento, particularmente em um país como o Brasil, com tantas desigualdades”, complementa.
Em todos os municípios que participaram foi possível identificar avanços nas políticas públicas para crianças e adolescentes. “O importante é o compromisso que esses municípios assumem em melhorar o que fazem pelas meninas e pelos meninos. Estes resultados são a prova disso. O Selo UNICEF é uma estratégia para apoiar tecnicamente esses municípios para que eles realizem o que é dever municipal. Quem participa melhora porque trabalha para isso”, diz Florence.
O anúncio dos municípios que receberam o Selo UNICEF aconteceu nesta terça-feira, 8 de dezembro. O evento segue disponível no YouTube: bit.ly/EncerramentoSeloUNICEF.
Confira, a seguir, os principais resultados alcançados.
Direito a educação
Estar na escola, aprendendo, é essencial para meninas e meninos. Nesses quatro anos, 90% (1.735) dos municípios que participaram do Selo UNICEF implementaram a estratégia Busca Ativa Escolar, indo atrás de cada criança, cada adolescente que estava fora da escola e tomando as medidas necessárias para a rematrícula e a aprendizagem.
Além disso, 573 municípios realizaram ações para diminuir o número de crianças e adolescentes com dois ou mais anos de atraso escolar. E 683 capacitaram professores sobre inclusão de crianças com deficiência por meio de educação física.
Como resultado, eles avançaram mais do que a média do País. No Brasil, entre 2016 e 2019, o percentual de estudantes dos anos finais do ensino fundamental público com dois ou mais anos de atraso escolar caiu 10,7%. Nos municípios da Amazônia e do Semiárido, a queda foi de 11,9%. Já nos municípios que participaram do Selo UNICEF, a redução foi maior: 12,5%. E nos municípios que foram certificados com o Selo UNICEF, foi maior ainda: 15%.
“Ao fortalecer uma série de políticas focadas no direito a educação, esses municípios conseguiram fazer uma diferença enorme na vida dos estudantes. Estar na escola é uma forma eficaz de proteger meninas e meninos contra diferentes formas de violência, o trabalho infantil e outras violações de direitos”, explica Anyoli Sanabria, coordenadora do UNICEF para a Amazônia.
Conheça, aqui, as principais ações realizadas pelos municípios para garantir o direito a educação
Direito a saúde
Os municípios investiram na atenção básica, em especial no atendimento pré-natal e primeiros meses de vida, na vacinação e na prevenção de doenças. Entre os municípios participantes desta edição do Selo UNICEF, 581 ofereceram capacitação sobre pré-natal, parto e pós-parto às equipes da rede pública de saúde.
De 2016 a 2018 (último dado disponível), o percentual de mulheres com acesso adequado ao pré-natal (sete consultas ou mais) no Brasil cresceu 4,6%. Já nos municípios certificados com o Selo UNICEF o aumento foi de 7,5%.
“Ter acesso a sete consultas de pré-natal, além de ser um direito da mulher, é fundamental para que o bebê nasça com saúde. Ao ampliar o acesso ao pré-natal, os municípios certificados com o Selo UNICEF colocam os cuidados com a primeira infância em destaque e contribuem para que crianças cresçam com saúde”, afirma Anyoli Sanabria.
Conheça, aqui, as principais ações realizadas pelos municípios na área de saúde.
Direito a proteção contra violência
Os municípios que participam do Selo UNICEF se comprometeram a fortalecer a rede de proteção. Isso envolve melhorar o atendimento às famílias e desenvolver estratégias específicas para alcançar meninas e meninos expostos a diferentes formas de violência. Entre outras ações, 620 municípios realizaram formação para conselheiros tutelares, e 404 realizaram busca ativa de crianças sem registro de nascimento.
O acesso de crianças ao registro de nascimento – a porta de entrada para todos os direitos – aumentou mais do que a média nacional. De 2016 a 2018 (último dado disponível), enquanto, na média brasileira, o acesso a esse registro cresceu 0,62%, nos municípios certificados com o Selo UNICEF, o aumento foi de 0,84%.
“O registro de nascimento é fundamental para que a criança ‘exista’ para as políticas públicas. Sem ele, meninas e meninos ficam invisíveis e mais expostos a diversas negações de direitos e violências. Ao garantir que crianças sejam registradas no primeiro ano de vida, os municípios certificados com o Selo UNICEF efetivam um direito fundamental”, diz Dennis Larsen, coordenador do UNICEF para o Semiárido.
Direito a participação social
Todas as melhorias nas políticas públicas e os consequentes resultados citados acima foram alcançados com ampla participação dos próprios adolescentes. Em cada município que participou do Selo UNICEF foram criados Núcleos de Cidadania de Adolescentes (NUCAs) – também chamados de Juventudes Unidas pela Vida na Amazônia (JUVAs), no território amazônico. Compostos por, no mínimo, 16 adolescentes, esses grupos participaram ativamente, nos últimos quatro anos, das discussões e decisões de políticas públicas voltadas à infância e à adolescência nos municípios em que vivem. No total, 30 mil adolescentes exerceram seu direito a participação nos municípios que participaram do Selo UNICEF.
“O envolvimento dos adolescentes foi muito importante para alcançar as metas do Selo UNICEF. Eles contribuíram com ideias e muita energia, sendo um fator crucial de mobilização nos seus municípios. Temos aqui um grupo considerável de jovens engajados no desenvolvimento dos seus municípios, o que vai ter um efeito positivo em toda a região”, diz Dennis.
Confira a relação dos 431 municípios que receberam o Selo UNICEF – Edição 2017-2020:
selounicef.org.br.
Acesse o painel com os principais indicadores de cada estado:
selounicef.org.br/resultados.
Sobre o Selo UNICEF
O Selo UNICEF é uma iniciativa do UNICEF para estimular e reconhecer avanços na promoção, realização e garantia dos direitos de crianças e adolescentes em municípios do Semiárido e da Amazônia Legal brasileira. A metodologia inclui o monitoramento de indicadores sociais e a implementação de ações que ajudem o município a cumprir a Convenção sobre os Direitos da Criança, que no Brasil é refletida no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF contou com a adesão espontânea de 1.924 municípios de 18 estados da Amazônia Legal brasileira e do Semiárido, que se comprometeram a priorizar crianças e adolescentes nas políticas públicas, com metas e indicadores claros. Ao longo desses quatro anos, o UNICEF acompanhou os municípios, capacitou gestores públicos e forneceu apoio técnico para a formulação e fortalecimento de políticas públicas, a partir de uma metodologia baseada nas prioridades do UNICEF para o Brasil: alcançar crianças e adolescentes excluídos, melhorar a qualidade das políticas públicas existentes para crianças e adolescentes, prevenir e enfrentar as formas extremas de violência contra meninas e meninos e promover a participação da comunidade, especialmente de adolescentes.
O apoio técnico do UNICEF aos municípios é feito por meio da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará (APDMCE), Associação de Defesa da Saúde Sexual, Saúde Reprodutiva, Educação e Cidadania (Asserte), Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC) e Instituto Peabiru.
Alcançar 1.924 municípios que participaram do Selo UNICEF só foi possível graças ao apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos como Instituto Claro, Fundação Itaú Social, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, RGE, Energisa e Equatorial Energia.