MS diz que haverá remessas diárias de Coronavac para municípios coronavirus
Em reunião com representantes da Confederação Nacional de Municípios (CNM) nesta terça-feira, 27 de abril, o Ministério da Saúde informou que adotará uma nova logística de distribuição da vacina Coronavac com o objetivo de normalizar o repasse para aplicação da segunda dose. De acordo com a pasta, a partir de 3 de maio o Instituto Butantan voltará a produzir 600 mil doses por dia e fará o repasse diário para que o governo federal remeta aos Estados, que repassam aos Municípios.
“Agora, a logística montada é para que a gente distribua para os Estados e por eles aos Municípios pequenas quantidades para apoiar nesse momento difícil. No cenário atual, vamos fazer a distribuição em várias remessas menores”, explicou o diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro. A informação sobre a nova logística foi uma resposta ao questionamento do presidente da CNM, Glademir Aroldi, quanto à previsão de novas remessas e orientações do Ministério para as prefeituras que estão sem estoque da Coronavac para a segunda dose.
Segundo o diretor de Imunização da Saúde, até sexta-feira, 30 de abril, o Ministério distribuirá cerca de 500 mil doses da Coronavac – 100 mil que possui em estoque e cerca de 400 mil que aguarda receber do Butantan nesta semana. Também até sexta, haverá a distribuição de 500 mil doses da vacina da Pfizer. Estas serão repassadas apenas às capitais por questões logísticas de armazenamento. No entanto, a pasta garantiu que os demais Municípios não serão prejudicados, pois receberão, proporcionalmente, mais doses das vacinas das outras fabricantes.
Em relação à vacina da Astrazeneca/Oxford, Monteiro relatou que a situação é de alta produção por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “[Nesta semana], vamos enviar pouco mais de 5 milhões da Astrazeneca. Estamos organizando a documentação e enviaremos ofício às secretarias estaduais”, informou. A partir da próxima semana, ele afirmou também que a expectativa é repassar 600 mil doses da Pfizer por semana. O governo federal possui contrato com a Pfizer para 100 milhões de doses a serem entregues em remessas até o fim de 2021, e negocia um novo contrato com mais 100 milhões de doses, como confirmado pelo diretor de Imunização na reunião com a CNM.
Vale destacar que a Paraíba não receberá novo repasse nesta semana, porque, segundo o Ministério, o Estado recebeu no sábado, 24 de abril, uma remessa adiantada por decisão judicial.
Informações técnicas
Representando o movimento municipalista – ao lado dos presidentes da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz e da Associação de Municípios do Estado do Rio de Janeiro (Amerj), Luiz Antônio da Silva Neves – o presidente da CNM, Glademir Aroldi, destacou a importância de munir os prefeitos e as prefeitas de informações técnicas. “Estamos juntos para enfrentar a pandemia e ajudar a informar de forma precisa e rápida às prefeituras”, pontuou. Monteiro ressaltou a importância da parceria, enfatizando que “o inimigo a ser combatido é o vírus”.
Um dos pontos destacados na reunião foi quanto ao uso das doses para primeira ou segunda aplicação. A orientação do diretor de Imunização da Saúde foi para que Estados e Municípios sigam o informe técnico enviado junto às doses. No material, haverá a informação de quanto de cada marca de vacina deve ser destinado para D1 (dose 1) e D2 (dose 2) em cada Estado. Cabendo aos governos estaduais, no repasse para os Municípios, também informar os quantitativos.
Supervisora da área da Saúde da CNM, Carla Albert, lembrou no encontro que os informes do Ministério são repassados pela entidade por SMS aos prefeitos. “Eles estão também disponíveis no nosso Observatório da Covid-19 e fazem parte dos esforços adotados pela CNM há cerca de dois meses para reforçar ainda mais a informação técnica nos Municípios para o enfrentamento da pandemia.”
O diálogo direto entre União e gestores municipais foi enfatizado pelo presidente da Aprece na reunião. “Precisamos dessa maneira mais aberta e transparente para a gente poder informar aos companheiros. Estamos todos juntos na mesma luta”, afirmou Diniz. O grupo também tratou da expectativa de produção nacional do IFA, insumo necessário para fazer a vacina, que é importado e resultou no atraso de produção do Butantan. Embora haja uma previsão de produção no Brasil, o presidente da Amerj pondera que a dependência de importação seguirá. “O IFA é uma questão complicada, porque mesmo para produzir aqui [o necessário para vacina contra a Covid] depende de outros IFAs que são importados”, avaliou Neves.
Ofício ao MS
Antes da reunião, nesta terça-feira, 27 de abril, a CNM encaminhou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ofício sobre a garantia da segunda dose da Coronavac. No documento, a entidade municipalista apontou relatos das prefeituras, na pesquisa semanal da Covid-19 que realiza, sobre ausência de quantidades de vacinas necessárias à realização do esquema completo de vacinação.
A Confederação solicitou ao Ministério a “definição/ratificação da estratégia de vacinação contra a Covid-19 com a publicação de nota técnica que uniformize as informações aos gestores estaduais e municipais” e ainda orientações quanto às medidas a serem adotadas na administração das 1ª e 2ª doses das vacinas previstas no Plano Nacional.