Municípios encerram lixões e dão exemplo ao Nordeste Meio ambiente
Os municípios alagoanos estão a um passo de ser exemplo para o Brasil no que diz respeito a política de resíduos sólidos. Até a próxima sexta-feira, dia 25, quando os últimos vazadouros públicos das cidades de Feliz Deserto, Piaçabuçu, Penedo e Igreja Nova forem encerrados, nenhuma cidade terá mais lixão.
O presidente da AMA, Hugo Wanderley, que priorizou o assunto e defendeu a parceria com o governo, através da Semarh, IMA e Ministério Público, voltou a dizer que os prefeitos estão dando um grande passo e demostra que, mesmo com todas as dificuldades financeiras impostas pela falta de financiamento ao programa, os prefeitos avançaram porque entendem como prioridade a saúde pública e a preservação do meio ambiente.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAOP) do Ministério Público Estadual, promotor de justiça José Antônio Malta Marques diz que hoje Alagoas é referência com 100% do fechamento dos lixões. Um trabalho em parceria com a AMA sem a necessidade de uma demanda judicial sequer. “Todos vão ser fechados nessa parceria que foi feita, nesse entendimento da AMA com a Procuradoria Geral de Justiça. O presidente Hugo Wanderley e o Procurador Geral Alfredo Gaspar foram importantes e fizeram com que os gestores adotassem a causa mostrando a seriedade da ação. Teremos orgulho de falar que não temos mais lixões”, enfatizou Marques.
“Nem sempre a ferro e fogo devemos seguir. Por isso, trocamos o caminho da força pelo do diálogo, e isso só foi possível porque os prefeitos cumpriram com o compromisso assumido. Sei que quando chegaram à administração pública, os lixões já existiam, mas coube aos senhores reconhecer o crime ambiental e se juntar ao Ministério Público para transformar essa realidade. Tenho muito orgulho desse resultado, que vai tornar Alagoas o primeiro estado do Nordeste a ter 0% de lixões”, declarou Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, procurador-geral de justiça.
O secretário estadual de Meio Ambiente Alexandre Ayres, que iniciou o movimento em 2015 lembrou que apenas Maceió destinava corretamente os resíduos para o aterro sanitário. “Não descansamos até construir, junto aos municípios, uma grande parceria para finalizar os lixões e dar cumprimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que já estava vencida desde 2014”, destaca o secretário. Para praticamente sair do zero, houve a necessidade de um grande planejamento iniciado ainda em 2015 quando o Semarh conseguiu, junto à Assembleia Legislativa do Estado, a aprovação do projeto de lei 7749/2015 que versa sobre o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS).
A interlocução do presidente Hugo Wanderley junto ao governador Renan Filho garantiu a elaboração dos Planos Intermunicipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PIGIRS), resultados de um trabalho conjunto entre a Semarh, prefeituras, consórcios públicos e a empresa Floram Engenharia. “Os documentos foram relevantes para nortear os municípios alagoanos na política pública de resíduos, com vistas à eliminação dos lixões, além do cumprimento de outras etapas determinadas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos”, lembra Alexandre Ayres.
“Esse é um marco referencial para todos nós. Muita gente ainda não tem noção do que essa iniciativa representa para Alagoas. Lixão fechado é sinônimo de solo preservado, de cuidado com a saúde e meio ambiente equilibrado”, afirmou o promotor de justiça Jorge Dórea, coordenador do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente.