Prefeitura de Pilar monta força-tarefa para atualizar vacinação de crianças e adolescentes Municípios
Ascom Pilar
Representantes das secretarias municipais de Saúde, Educação e Assistência Social da cidade de Pilar se reuniram, nessa quarta-feira (19), para discutir medidas capazes de fortalecer a cobertura vacinal de todas as crianças e adolescentes matriculadas nas escolas das redes pública e privada de ensino. O encontro realizado no Cine Pilarense contou com a presença do promotor Silvio Azevedo, da Promotoria de Justiça da Comarca de Pilar, que lembrou a recomendação do Ministério Público Estadual, expedida no último dia 13, no sentido de se reforçar os índices de imunização no município.
A coordenadora de Imunização de Pilar, Bárbara Lima, fez um balanço do trabalho desenvolvido pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF) – que, este ano, já percorreram 24 instituições de ensino. Conforme o levantamento, a desautorização dos pais comprometeu a campanha de atualização do cartão de vacinas de rotina e para a Covid-19, tendo como público-alvo alunos de seis meses a 18 anos de idade.
“Muitos pais não consentiram, mesmo tendo assinado um termo de autorização no início do ano, no ato da matrícula, enquanto outros simplesmente esqueceram de encaminhar o cartão para que pudéssemos avaliar o ciclo vacinal, inviabilizando o nosso trabalho nas escolas. Por isso é que provocamos essa reunião, para que possamos desenvolver uma ação intersetorial e otimizar todo o processo. Precisamos mais uma vez conscientizar a todos sobre a importância dos imunobiológicos para a prevenção de doenças”, afirmou a coordenadora, destacando que a obrigatoriedade da vacinação está prevista em lei – conforme o decreto federal nº 78.231 (artigo 29) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 7º.
“Temos encontrado muita resistência, com os pais desautorizando a dose de reforço contra a Covid-19, por exemplo. Outros simplesmente esquecem o prazo. Além disso, por vezes a equipe não encontra o aluno em casa, já que muitos deles estudam em tempo integral. Em outros casos, é o pai que não pode se deslocar com a criança até o posto de saúde, razão pela qual vamos avaliar, inclusive, a possibilidade de atendimento noturno. Por tudo isso, estamos unindo forças. Vamos, sem dúvida, superar esses obstáculos”, emendou Bárbara Lima.
Agora, as equipes dos programas Nacional de Imunização (PNI) e de Saúde na Escola (PNE) miram pouco mais de 8 mil alunos que não tiveram seus cartões de vacina avaliados. E para alcançá-los, várias estratégias já começaram a ser definidas. Uma delas, recomendada pelo Ministério Público Estadual, é condicionar o repasse dos valores do Bolsa Viva Bem, programa de transferência de renda direta que já assiste 4.206 famílias pilarenses, à obrigatoriedade da vacinação. Ou seja, quem não se vacinar correrá o risco de ter o benefício suspenso.
Presente à reunião, o promotor Silvio Azevedo destacou a importância da iniciativa: “Nós vivenciamos, nacionalmente, uma campanha antivacina, o que é lamentável. Por isso é que também estou disposto a contribuir, participando, inclusive, de reuniões que vierem a ser realizadas com os pais de alunos, para que possamos conscientizá-los de que a vacina salva vidas”, garantiu o promotor.
Para o secretário municipal de Educação, Clewinho Cavalcante, tudo passa, de fato, pela conscientização: “Nós já trabalhamos em parceria desde o início da campanha contra a Covid. Já disponibilizamos o termo de consentimento no ato da matrícula, mas sentimos a necessidade de também criar um documento em que informamos o dia e qual vacina será aplicada. Mesmo assim, ainda encontramos dificuldades. Vamos desenvolver novas estratégias, mobilizando também os conselhos escolar e tutelar, e contando com o apoio imprescindível das equipes de Saúde no pós-vacina, para avançarmos com a imunização”.
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