Rede Cegonha monitora funcionamento de maternidades de Alagoas Municípios
O Grupo Condutor da Rede Cegonha, formada por representantes do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), está monitorando, até o dia 8 de abril, os onze hospitais de dez municípios alagoanos, que integram os serviços de referência de Alagoas.
No segundo semestre deste ano, o Grupo Condutor retorna aos municípios para avaliar se as unidades hospitalares cumpriram com as recomendações elencadas. O monitoramento nas maternidades começou no dia 7 deste mês.
A equipe está aplicando questionários para avaliar se as instituições estão cumprindo as metas preconizadas pelo MS, estabelecidas na portaria nº 1459 de 24 de junho de 2011, que instituiu a rede no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a coordenadora estadual da Rede, Syrlene Medeiros Patriota, as recomendações feitas aos estabelecimentos hospitalares serão colocadas em um relatório individualizado e feito, posteriormente, um resumo que será encaminhado ao Ministério da Saúde, Sesau, Cosems, Ministério Público Federal e o Estadual, para que tomem ciência da situação, acompanhem e definam eventuais providências.
REDE CEGONHA – “O MS analisa o funcionamento das instituições credenciadas, uma vez que repassa recursos financeiros de incentivo e quer saber onde e como são aplicados”, destacou. A Rede Cegonha é uma estratégia de mudança da atenção obstétrica e infantil, por meio da implementação de uma rede de cuidados que assegure às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, a atenção humanizada à gravidez, parto, abortamento e puerpério.
No tocante às crianças, são assegurados o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis, já que a assistência prestada deve ser do pré-natal até os dois anos de idade.
Constam do questionário entre os itens sobre a estrutura física, se a maternidade dispõe de espaço PPP (pré-parto, parto e puerpério imediato); se possui sinalização e orientação de fluxos internos para atendimento e se as enfermarias de alojamento conjunto têm espaço físico adequado para o número de leitos.
No que diz respeito ao quesito processos de trabalho, são verificados se a maternidade possui equipe multidisciplinar capacitada, se a unidade realiza acolhimento e classificação de risco e se é permitido o direito ao acompanhante de livre escolha em todos os momentos do trabalho de pré-parto, parto e puerpério.
Constam ainda entre os tópicos do levantamento sobre as formas de trabalho; se o hospital realiza transferência responsável da gestante; se disponibiliza os medicamentos matergan, misoprostol e surfactante quando necessários; se faz os testes do olhinho; coraçãozinho e orelhinha; e teste do pezinho para recém-nascidos que permanece internado após 48 horas de vida.
Na parte referente à UTIN (UTI Neonatal) e UCIN (Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal), são observados, entre outros itens, se a maternidade possui equipes médica; de enfermagem e de fisioterapeuta, adequadas ao número de leitos; e se possui fonoaudiólogo. A coordenadora da Rede Cegonha afirma que alguns municípios avançaram na consolidação da rede e outros estão mais lentos e resistentes.
PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS – “Observamos que nas maternidades onde há enfermeiras obstetras na equipe, houve mudança positiva na forma de atendimento à gestante e ao bebê”, destacou. Syrlene Patriota disse ainda que entre os pontos positivos estão a maior facilidade de diagnóstico das crianças na triagem neonatal.
Outro avanço pontuado por ela, diz respeito a alguns hospitais que, apesar das dificuldades com a estrutura física, adequaram o ambiente para humanizar o parto. Com relação aos pontos negativos, Syrlene diz que os hospitais precisam aumentar e otimizar a oferta de leitos de UTI e UCI neonatal.
“É necessário ampliar o quantitativo de leitos de UTI e UCI porque alguns serviços não dispõem de leitos de UCI e usam os de UTI de forma inadequada”, enfatizou a coordenadora do Grupo Condutor. Segundo ela, outro problema ainda encontrado é concernente à alta taxa de cesáreas. Enquanto o MS preconiza o mínimo de 15%, a de Alagoas está em torno de 30% de partos cesáreos.
Syrlene afirma que o município deve acompanhar a gestão das maternidades e dos leitos. Segundo a assessora técnica do Cosems, Camila Nogueira, que integra o grupo de monitoramento, a partir do mapa de vinculação da Rede Cegonha a gestante sabe antes de chegar ao hospital a instituição de referência onde terá o bebê.
Camila afirma que os serviços que ofertam assistência materna e infantil no Estado foram classificados em Centro de Referência de Alto Risco; Centro de Referência de Risco Habitual; Centro de Parto Normal e Casa do Parto.
Os municípios com maternidades vinculadas à Rede Cegonha são União dos Palmares; Santana do Ipanema; Palmeira dos Índios; São Miguel dos Campos; Penedo; Coruripe; Arapiraca; Porto Calvo; Delmiro Gouveia e Rio Largo. As visitas do Grupo Condutor seguem em abril no dia 4 com Porto Calvo; dia 06 em Delmiro Gouveia e dia 08 finaliza com Rio Largo.