Prêmio Mulheres Rurais segue com inscrições abertas até 30 de junho Agricultura
A 2ª edição do Prêmio Mulheres Rurais – Espanha Reconhece está com inscrições abertas. Organizações ou coletivos de mulheres interessadas em participar têm até o dia 30 de junho para preencher formulário on-line. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional é um dos órgãos do Governo Federal que apoiam a iniciativa. Clique aqui para se inscrever.
São realizadores da premiação a Embaixada da Espanha no Brasil, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a ONU Mulheres. O objetivo é reconhecer experiências de mulheres rurais como transformadoras dos sistemas agroalimentares, da ação climática e proteção do meio ambiente, de suas comunidades, de organizações e instituições e de outras mulheres.
Segundo o edital, as propostas apresentadas deverão ser de experiências ou serviços desenvolvidos no Brasil e pertencer a um coletivo de mulheres rurais. Não serão aceitas inscrições individuais ou de organizações e coletivos mistos (compostos por homens e mulheres).
O primeiro lugar será premiado com R$ 25 mil; o segundo, com R$ 15 mil e o terceiro, com R$ 10 mil. As três experiências mais bem pontuadas receberão ainda um notebook, acompanhamento e assistência técnica durante seis meses e uso gratuito, também por seis meses, da Plataforma Rural Commerce, com serviços de diagnóstico empresarial, modelo de negócio sustentável, plano de desenvolvimento e digitalização da gestão empresarial do negócio.
De acordo com a FAO, as mulheres produzem cerca de metade dos alimentos no mundo e correspondem a 43% da mão de obra agrícola, mas continuam tendo seu papel e importância negligenciados e ainda estão fora dos principais espaços de tomada de decisão. No geral, as mulheres no campo também têm mais dificuldade de acesso à terra, ao crédito e a cadeias de alto valor, essenciais para sua subsistência e para o bem-estar das comunidades.
“As mulheres rurais são pilares fundamentais da produção agrícola e da segurança alimentar e nutricional. Precisamos seguir avançando rumo a igualdade de gênero por meio de programas inovadores, políticas e estratégias inclusivas, e a FAO acredita que este prêmio é uma iniciativa importante para que as mulheres rurais sejam mais valorizadas e por consequência também tenham mais acesso a recursos e oportunidades”, explicou Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil.
No Brasil, a agricultura familiar é responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas do país, empregando cerca de 10 milhões de pessoas, o que corresponde a 67% da força de trabalho ocupada em atividades agropecuárias, de acordo com dados divulgados pelo IBGE. Neste cenário, as mulheres, apesar de desempenharem um papel essencial desde o cultivo até a preparação do alimento dentro da agricultura familiar, têm seu trabalho muitas vezes visto como mera ajuda, como parte das tarefas domésticas e de cuidado. O resultado dessa invisibilidade é que elas correspondem a menos de 20% da força de trabalho da agricultura familiar, segundo os dados oficiais.
“Diante de desafios como fome, violência, mudanças climáticas e aumento das desigualdades, é importante investir em políticas públicas e iniciativas empreendedoras, como os projetos inscritos neste concurso em que a perspectiva de gênero é considerada. Como instituição ponte, o IICA trabalha para isso e este Prêmio contribui para valorizar a força e participação das mulheres do campo nos espaços de decisão”, disse Gabriel Delgado, coordenador da região Sul do IICA e representante no Brasil.
Trabalhar pela igualdade entre mulheres e homens no campo, reconhecendo o papel delas como agentes para o desenvolvimento sustentável, é fundamental para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU e para um para um mundo com mais oportunidade a todas e todos.
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