Profetas das Chuvas do Sertão Alagoano apontam que 2024 será um ano de muita chuva Cultura
O VI Encontro dos Profetas das Chuvas do Sertão Alagoano foi marcado pela cultura, tradição e sabedoria popular. O evento, realizado pela Prefeitura de Santana do Ipanema, reuniu 9 profetas que utilizaram de observações da natureza, animais, plantas, nuvens e astros, por meio do ensinamento repassado de geração para geração, para apontar o prognóstico das chuvas este ano. Apresentações culturais de Zé de Almeida e Manoel Cruz, animaram o encontro que reuniu a prefeita Christiane Bulhões, o vice-prefeito Iury Pinto, vereadores, secretários municipais, autoridades e população em geral.
As previsões foram de uma boa quadra chuvosa em 2024, trazendo esperança aos sertanejos, sobretudo ao homem do campo. Esse é um evento inédito, que valoriza a cultura nordestina e traz conhecimentos transmitidos de geração em geração.
O santanense Sebastião Damasceno, primeiro profeta a falar, observa a caatinga e a natureza para prevê as chuvas. Conforme sua observação, as barras do tempo (nuvens nos céus) nas viradas do ano são sinais se serão favoráveis para as chuvas. Ele foi cauteloso e disse que espera chuvas moderadas.
Outro santanense, Antônio Veríssimo, acompanha os sinais da natureza desde a década de 40. Sua avaliação é de que vai ter um bom inverno e as altas temperaturas são sinais de chuva.
Outro profeta da terra de Senhora Sant’Ana, Cicero Cabral, observou que o dia 2 de fevereiro não deu sinal de chuva. Dia 12 deu muita chuva no Nordeste. São esses 2 dias que quando chove, é sinal de que o ano será de muita chuva. Outra observação, o Cruzeiro, constelação da Via Láctea, está pendendo para o norte, sinal de muita chuva. O mandacaru está vindo muito bom, as Três Marias estão bem brilhosas, também são sinais que ele observa para reiterar que o ano será de muita chuva.
Mais um profeta santanense, Reginaldo Teixeira, levou um pé de Pé de Coco Ouricuri. Os cachos de coco esse ano deram mais frutos que o ano passado, sendo um bom sinal de muita chuva. Essa experiência ele faz todos os anos, e as chances de acerto são maiores que as de erro.
Outra experiência é com a garrafa de água enterrada. Ele aprendeu a técnica com o avô. Segundo Reginaldo, ele enterrou a garrafa com água há 1 ano e tirou do chão após 365 dias, o liquido foi conservado dentro da garrafa, para ele, significa que vai ter cisterna cheia.
O pernambucano Severino de França, o popular Bilbiano, também afirmou que o inverno será bom. Ele observou que em janeiro, as terras estavam brejadas, com água em excesso, sendo um sinal de muita chuva. Bilbiano avisou aos agricultores que quem quiser plantar aproveite o tempo que a terra tá molhada e a colheita será boa.
Alivan do Caracol, santanense que observa os pássaros para prevê as chuvas, disse que os três-cocos, sariema e acuam estão cantando intensamente, sinal de chegada das trovoadas. Outra observação que ele fez com nas formigas. Todas as noites as formigas estão procurando comida para armazenar no formigueiro, é um sinal de que o inverno vai ser bom.
Luzinho Ribeiro, sertanejo da terra de Senhora Sant’Ana, participa todos os anos do evento. Este ano, ele trouxe o acumulado das chuvas dos últimos anos e avaliou que a cada ano as chuvas aumenta, e esse ano não será diferente. Ele também avaliou que o pé de pitomba da sua propriedade deu muita fruta, mais um sinal que o inverno será bom.
Genivaldo Vieria, mais conhecido como Geno, da cidade de Inhapi observou as barras – nuvens – que apareceram nos dias de Natal, Ano novo e lua nova de janeiro. As formas das nuvens apontaram para um ano de muita chuva.
O educador ambiental, Ariselmo de Melo, novato no evento, analisou diversos sinais da natureza, dentre eles o mandacaru, que este ano está florando, é um exemplo de muita chuva.