No Dia Nacional da Vacinação, CNM alerta para cenário de desabastecimento de vacinas em Municípios Municípios
No Dia Nacional da Vacinação, CNM alerta para cenário de desabastecimento de vacinas em Municípios
Hoje, 17 de outubro, Dia Nacional da Vacinação, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta para o cenário de desabastecimento de imunizantes em Municípios de todo o país. Pesquisa divulgada pela entidade em setembro mostra que faltam vacinas em seis a cada dez cidades, especialmente as destinadas às crianças. O levantamento foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro, com 2.415 Municípios. Nota técnica do Ministério da Saúde, responsável pela aquisição e a distribuição de todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação – reconheceu a falta de vacinas na rede pública de saúde.
De acordo com a publicação, em resposta ao ofício que pediu providências para sanar a falta de vacinas nos Municípios, os problemas enfrentados estão relacionados principalmente à fabricação, à logística e à demanda. O Ministério informou tentar formas alternativas de aquisição, principalmente via Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Porém, há imunizantes com previsão para resolução apenas em 2025; para outras não há ainda estimativa.
A pasta afirmou que a regularização do estoque para Varicela, Meningo C e Tetraviral está prevista apenas para 2025. Quanto à febre amarela, ainda não há uma alternativa clara para evitar o desabastecimento. Já ao imunizante contra a Covid-19 não foi dada uma previsão, pois a licitação está em andamento. Para vacinas como tríplice viral, HA, HPV, Meningo ACWY, o MS prevê regularização dos estoques para este mês. A CNM vai continuar em contato com os gestores a fim de reavaliar o cenário.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destaca a pressão sobre os gestores, que, além de lidarem com as expectativas da sociedade, enfrentam a falta de vacinas para garantir a cobertura vacinal eficaz. “A cada dia estamos ouvindo mais depoimentos de gestores e famílias relatando a ida a postos de saúde e saindo sem a imunização. Entendemos que a vacinação é uma das principais políticas de saúde em nosso país, que foi durante muitos anos reconhecida como modelo no mundo. Então, é muito preocupante enfrentarmos a falta de vacinas do Programa Nacional de Imunização em um número tão alto de cidades. A reversão desse cenário não pode ocorrer apenas em 2025. Que esse dia de hoje sirva como alerta para isso”, afirma.
Além disso, no dia 24 de outubro, é celebrado o Dia Mundial de combate à Poliomielite, doença que pode causar paralisia infantil e teve seu último caso registrado no Brasil há 35 anos, além de 30 anos sem novos casos nas Américas. Apesar desse marco significativo, a pesquisa da CNM revela um cenário preocupante: a vacina oral contra a Poliomielite (VOP) e Poliomielite (VIP) foi relatada em falta em 65 e 52 Municípios, respectivamente. O cenário traz o risco de reintrodução de doenças que já haviam sido eliminadas.
Em outro estudo, divulgado no início do ano, a CNM alertou para as metas de coberturas vacinais de rotina. Na comparação de 2014 com 2023, a média da cobertura de todas as vacinas analisadas caiu de 83,8% para 66,2%. Isso representa uma queda de 17,6% nos últimos dez anos. Desde 2016, observa-se o início de uma sequência de quedas das coberturas vacinais de rotina, fator determinante para a reintrodução dos casos de sarampo no Brasil a partir de 2018. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está desde 2017 com cobertura abaixo da meta de 95%, com o pior desempenho registrado em 2021 (73,50%).
Foto: Agência Brasil