Mary Wanderley Ascom/Cosems

Secretários municipais e técnicos dos municípios que compõem a 9ª e 10ªs regiões de saúde de Alagoas participaram, nessa sexta-feira, em Piranhas, da reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR). O encontro contou com a participação de representantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e dos 21 municípios que fazem parte das citadas regiões.

A proposta de implantação da Rede Laboratorial da 10ª Região de Saúde, apresentada pela secretária Rozangela Wyszomirska, foi uma das pautas discutidas no encontro. Mas a situação crítica do Hospital Clodolfo Rodrigues, de Santana, ganhou mais peso nas discussões entre gestores e a titular da Saúde da Sesau.

Na ocasião, a vice-presidente do Cosems e secretária de Saúde de Pão de Açúcar, Normanda Santiago, questionou a situação do hospital que, segundo ela, desde o ano passado está em processo de finalização de contrato com a empresa que o administra e até agora não há previsão de licitação para uma outra empresa. “Nossa preocupação é com os munícipes das 9ª e 10ª regiões de saúde”, destacou.

Já os gestores dos municípios informaram que a atual empresa administradora vem faltando com a prestação dos serviços de tomografia para a qual foi contratada e relataram vários problemas de ordem administrativa. Os coordenadores médicos disseram que suas equipes pediram afastamento do hospital por falta de repasse financeiro.

O secretário de Saúde do município de Senador Rui Palmeira, José Marcos, disse que além do prefeito, Mário Silva, o secretário de Saúde de Santana do Ipanema, Bráulio Roberto, têm demonstrado pouco interesse em resolver a situação do hospital, deixando outros municípios nessa dependência. Segundo ele, o recurso é dos 21 municípios da região e não apenas de Santana do Ipanema.

O secretário de Saúde José Marcos enfatizou que a secretária de Saúde Rozangela, enquanto gestora estadual, pode intervir já que os municípios se sentem desassistidos. Rozangela afirmou que a direção do hospital teria se reportado ao Estado para resolver problemas de repasse financeiro – contrapartida do Estado ? mas a empresa administradora do hospital estava com problemas nas certidões e por isso a instituição hospitalar não estava recebendo os repasses.

Rozangela afirmou que após reunião com o corpo jurídico da Sesau o problema foi solucionado e os repasses já estavam sendo regularizados. A secretária de Saúde de Dois Riachos, Sergia Bulhões, acrescentou que os gestores estão preocupados com os usuários e a resolução imediata dos problemas que os afetam. Rozangela garantiu que já conversou com o Ministério Público e que a empresa administradora do hospital de Santana não terá o contrato prorrogado.

De acordo com ela, se não houver novo contrato o município terá que assumir a gestão do hospital. Com relação aos serviços que estão sendo desativados, Rozangela sugeriu aos gestores dos municípios a elaboração de um documento relatando a situação para o MP e o Estado.

O secretário de Senador Rui Palmeira relatou que desde que o tomógrafo foi danificado não houve perspectiva de conserto, até porque o acordo firmado entre Estado, Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas) e município deve ser cumprido. Ele reforçou que o recurso repassado pelo governo federal e estadual não é só de Santana do Ipanema e sim de mais 20 municípios e que a política de saúde referente à parte hospitalar deverá ser tratada com os municípios que fazem parte da 9ª e 10ª regiões.

“Se o Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas) não recebe os recursos financeiros, em dia, de acordo com contrato de gestão, não tem como prestar os serviços. A falta de recursos implica na falta de medicamentos, insumos, correlatos e pagamentos e como este contrato é feito com o município e a falta de repasse é de responsabilidade municipal”, finalizou.