Por amor à arte: Vânia leva cores do tradicional chapéu de guerreiro para sala de aula Cultura
Artista está sempre disposta a mostrar, passo a passo, o que aprendeu com a vida
Fotos: Agência Alagoas
Guerreiro. Guardião do folclore, e das manifestações. Da voz firme. Dialeto de expressões valiosas. Preciosidade. Para contar, em cada detalhe, o imaginário dos folguedos. No chapéu, que leva na cabeça, o colorido dos fitilhos. Diversidade de tons. O contorno do artista em forma de acessório. O símbolo que mais representa a cultura popular dos municípios. Nas mãos de Vânia Oliveira, patrimônio vivo do Estado, o brilho das lantejoulas e tecidos aos detalhes em espelhos, que são aplicados com delicadeza para ganhar formas. Igrejas e catedrais são as preferidas da artesã.
Autodidata, desde os 27 anos, Vânia conheceu a vocação quando tentou criar lembrancinhas para o aniversário da sua filha. Terminou, e não parou. Do momento simples à profissão. Um caminho para o resto da vida. Com um caderno, e os livros na cabeceira, decidiu levar a arte para a sala de aula. Terminou Pedagogia e, nessa brincadeira, “formei o grupo Artesãs da Leitura, que faz livros de pano, entre outras coisas, para contação de histórias. Não sabia que tinha essa vocação, mas dali fui despertando o interesse pelo artesanato e fui me identificando”, conta.
Imaginação além. Fértil, e sem limites. Em 2015, Vânia conquistou o título de mestre artesã e patrimônio vivo pela representatividade e pela preservação da cultura. Não apenas o chapéu de guerreiro, mas, peças voltadas para a temática negra e até trabalhos com escultura em papel são parte do cardápio da artesã. “O artesanato é a minha vida. Não sei viver sem ele, não sei ficar sem produzir. Às vezes estou em casa e minhas filhas reclamam que eu não paro, que estou sempre fazendo alguma peça, mas, para mim, o artesanato é muito importante, ele é tudo”, explica.
Conquistas? São várias. Após o convite, Vânia produziu um chapéu de guerreiro para gravação, em Piranhas, de um dos personagens da novela Velho Chico, apresentada em 2016, pela Rede Globo. A trama, em homenagem ao sertão, dedicou cada dialogo aos aspectos peculiares da vida nordestina e ribeirinha.
Essa e outras histórias de artesãos alagoanos, para o portal da Associação dos Municípios Alagoanos – AMA, são parte da série de reportagens para o Cidade e Gestores – Congresso e Expo, “Gestão Pública de Resultados: Inovação, Eficiência e Transparência, de 12 a 15 de dezembro, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso.