Guia auxilia gestores a implementar políticas de enfrentamento à Covid-19 Municípios
Com o objetivo de ajudar os gestores públicos a implementar políticas de enfrentamento à pandemia da Covid-19, a Fiocruz, em parceria com o Reino Unido, lançou Guia com ações para mitigar os efeitos nocivos da pandemia sobre populações marginalizadas, como os povos indígenas e os moradores de favelas, além de diminuir as desigualdades de gênero.
O material reúne análises detalhadas dos dados da pandemia. Para os grupos mais vulneráveis, a falta de acesso a direitos básicos e oportunidades foi agravada com a pandemia, aumentando a urgência por políticas públicas que ajudem a diminuir as diferenças. No eixo sobre populações indígenas, o guia traz 13 recomendações para reduzir a vulnerabilidade dos povos indígenas à pandemia. Entre elas estão melhorar a qualidade da vigilância da pandemia e a testagem; conter as invasões e proteger os povos isolados e de recente contato; e fortalecer a atenção primária nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).
As medidas constantes no guia são ações urgentes e específicas para conter a Covid-19 e relaciona nove fatores que vulnerabilizam os povos indígenas, entre eles a elevada prevalência de outras doenças, as limitações para implementar medidas de prevenção, às dificuldades de transporte e acesso à saúde, a insegurança alimentar, a falta de saneamento básico e a invisibilidade das populações indígenas urbanas. A iniciativa também aponta soluções inclusivas e sustentáveis que ajudariam não apenas no enfrentamento da pandemia, mas também na redução de desigualdades a longo prazo.
Gênero
Levantamento da Fiocruz aponta que mais de 84% das equipes de enfermagem no Brasil são formadas por mulheres. Entre os profissionais de saúde que morreram em 2020 por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), elas foram mais de 55%. Além disso, cerca de 62% das mulheres afirmam atuar diretamente em alguma ação de combate à Covid-19 e seus impactos.
No planejamento de respostas à pandemia e de recuperação pós-pandemia, bem como na construção de informações seguras e confiáveis para tomada de decisão, o guia gênero lembra que é imprescindível considerar as necessidades de mulheres e homens, cis e trans, e minorias de gênero.
Por meio de uma perspectiva crítica e interseccional sobre gênero e raça, este eixo inclui 15 recomendações prioritárias para planos de resposta à pandemia e sugestões estratégicas para implementá-las. Elas incluem escuta ativa aos grupos em vulnerabilidade, diálogo aberto com a sociedade e a busca por decisões baseadas em dados científicos para garantir acesso a direitos humanos, saúde, educação e cultura e ferramentas para inclusão.
Apoio às favelas
Dados apontam que para 6% da população brasileira que habitam favelas, os riscos da pandemia são ainda maiores. O desafio vai além de pensar respostas para os impactos da Covid-19, já que as favelas são espaços construídos pelas desigualdades e que abrangem uma série de interseccionalidades. Nesses espaços, populações inteiras vivem em habitações precárias, com oferta insuficiente de abastecimento de água e saneamento básico e outros problemas que afetam as condições relacionadas à saúde.
Pensando neste cenário, o guia de apoio às favelas reúne e analisa dados de boletins epidemiológicos sobre favelas que explicam os desafios do enfrentamento à pandemia nessas condições e traz nove recomendações para combater os impactos do vírus. As recomendações incluem testagem em massa e aprimoramento dos dados georreferenciados produzidos sobre as favelas, além da garantia a serviços de saneamento básico e limpeza urbana e proteção social.
Da Agência CNM de Notícias com informações da Fiocruz