Alimenta Cidades leva apoio técnico para estruturar ações de combate à fome Municípios
Alimenta Cidades leva apoio técnico para estruturar ações de combate à fome
Oficinas presenciais também permite conhecer as prioridades dos 60 municípios envolvidos no combate à insegurança alimentar nos grandes centros urbanos
O primeiro ciclo de encontros presenciais da Estratégia Alimenta Cidades passou por João Pessoa, nesta quinta e sexta-feira (12 e 13/12), encerrando as oficinas de 2024. As reuniões são realizadas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan).
O objetivo é promover o apoio institucional e técnico aos gestores locais para a estruturação, implementação, monitoramento e avaliação de ações ligadas ao combate à fome, à redução das desigualdades sociais e à insegurança alimentar. A coordenadora-geral do Alimenta Cidades no MDS, Gisele Bortolini, explicou a importância dos encontros.
“Para seguirmos avançando na redução da insegurança alimentar e nutricional no país, precisamos olhar para os grandes centros urbanos. A Estratégia Alimenta Cidades visa ampliar a produção, o acesso e o consumo de alimentos saudáveis, priorizando as populações mais vulnerabilizadas nas periferias das grandes cidades”, analisou.
Segundo Bortolini, o ciclo de oficinas também permite conhecer as prioridades dos municípios envolvidos na Estratégia Alimenta Cidades e encontrar a melhor forma de levar as políticas públicas para quem mais precisa.
“Temos apoiado 60 cidades, onde residem mais de 60 milhões de pessoas, para que juntos possamos avançar com ações para o ambiente urbano. A oficina realizada em João Pessoa teve o objetivo de consolidar um processo iniciado em maio, de apoiar a cidade na realização de um diagnóstico local, para podermos elencar quais as prioridades da cidade”, argumentou.
Bortolini destacou ainda que a capital paraibana é um bom exemplo de ações em segurança alimentar. “Desde quando fizemos o primeiro encontro, observamos que João Pessoa se destaca muito em relação ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na forma de organizar e operacionalizar o Programa. Hoje, a cidade está ajudando a outras que estão recebendo esse recurso do PAA pela primeira vez e precisam desse apoio”, pontuou.
João Pessoa possui seis cozinhas comunitárias em funcionamento e mais quatro em construção, dois restaurantes populares, um banco de alimentos e o programa Pão e Leite, para atender pessoas em situação de vulnerabilidade. As cozinhas comunitárias da capital da Paraíba estão passando por reformas e hortas comunitárias serão incluídas nas proximidades de cada uma delas para fornecer alimentos mais saudáveis para a população. Além disso, pessoas privadas de liberdade, que estão no sistema prisional, cuidam das hortas que abastecem as próprias unidades prisionais.
Além de João Pessoa, já foram realizadas agendas presenciais em Campina Grande (PB), Contagem (MG), Cuiabá, Niterói (RJ), Recife e Rio de Janeiro, entre novembro e dezembro.
Campina Grande
O evento na segunda maior cidade paraibana foi marcado pela adesão do município ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). Durante o encontro, foi apresentado o diagnóstico detalhado sobre a situação da segurança alimentar no município, evidenciando desafios e oportunidades. Entre as iniciativas de destaque na cidade está o Programa Plantar da Secretaria de Educação. Atualmente, são 22 escolas com hortas agroecológicas, atendendo cerca de 9,5 mil crianças, que participam ativamente do processo produtivo, com os alimentos gerados sendo destinados ao PNAE.
Cuiabá
Durante os dois dias de encontro na capital de Mato Grosso, os participantes discutiram e priorizaram diversas ações estratégicas, com foco na construção de um sistema alimentar mais justo e acessível. Os principais temas abordados incluíram o fortalecimento da governança do Sisan, o aprimoramento dos equipamentos de segurança alimentar, e a reativação de iniciativas essenciais, como a agricultura urbana e os bancos de alimentos. Os participantes realizaram visitas técnicas a importantes equipamentos de segurança alimentar no município, dentre eles a Padaria Comunitária. Com produção atual de cerca de 600 pães por dia, a unidade fornece alimento à rede da assistência social. O local, que está em fase final de reforma, também será um centro de qualificação profissional, oferecendo cursos voltados ao empreendedorismo e à panificação para até 25 pessoas por dia.
Recife
Na capital pernambucana, o diálogo intersetorial foi essencial para promover um alinhamento estratégico e estabelecer prioridades em temas e ações, pavimentando o caminho para a construção da Rota de Implementação da Estratégia. Entre as pautas mais relevantes do encontro, destacaram-se iniciativas como as cozinhas solidárias e a agroecologia urbana, amplamente reconhecidas por seu impacto positivo no combate à insegurança alimentar. Um exemplo apresentado durante os debates foi a conclusão da primeira turma da Escola de Agroecologia de Recife, localizada no Sítio Natan Vale e desenvolvida no âmbito do programa Cultiva Recife. Outro marco importante foi a aprovação da cidade no Edital de Modernização de Bancos de Alimentos, promovido pela Sesan do MDS.
Ciclo
As oficinas presenciais da Estratégia ocorrem nos 60 municípios contemplados pela iniciativa – todas as capitais e diversas cidades com mais de 300 mil habitantes. Os encontros permitem o diálogo com atores locais para finalizar um diagnóstico e identificar as prioridades em cada um dos territórios. O resultado desse processo vai orientar a rota de implementação do Alimenta Cidades.
“É uma Estratégia de olhar para os sistemas alimentares urbanos das maiores cidades brasileiras. Nós estamos identificando os desertos e pântanos alimentares para verificar, especialmente, se a população das periferias dessas grandes cidades tem acesso à alimentos saudáveis”, definiu a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lillian Rahal.
“Com isso, podemos orientar os nossos programas e ações, como agricultura urbana, oferta de alimentos do PAA, as cozinhas solidárias, o apoio aos bancos de alimentos, aos equipamentos de segurança alimentar de forma geral, para que eles possam ser direcionados para essas regiões nas quais as pessoas têm mais dificuldade de acessar uma alimentação saudável”, completou a titular da Sesan.
As oficinas têm dois dias de duração: no primeiro dia, é feita uma apresentação devolutiva para a cidade sobre o diagnóstico situacional realizado anteriormente. No segundo dia são feitas visitas a experiências locais definidas pelas cidades, em parceria com a equipe da Sesan do MDS e o Instituto Comida do Amanhã.
Paralelamente, as cidades seguem recebendo apoio técnico por meio de reuniões remotas mensais, para auxiliar a implementação da Estratégia. Em quase dois meses após o início do apoio técnico individualizado, já foram realizadas 103 reuniões remotas com as cidades da Estratégia desde outubro.
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