AMA cobra posição do Ministério da Integração sobre retorno de Operação Pipa Agricultura
Há vinte dias do reconhecimento federal da emergência em Alagoas devido à estiagem, os 38 municípios continuam aguardando o retorno da operação Pipa executada pelo exército e suspensa há um mês. Tão logo o governador Renan Filho assinou e publicou os decretos no Diário Estadual, a pedido da AMA, ele interviu junto ao ministro da Integração quem deferiu em tempo recorde o documento alagoano. Agora a Entidade cobra medidas urgentes para minimizar o drama de quase 200 mil alagoanos que estão sem água potável no Agreste e Sertão.
A pedido do presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley, e enquanto os recursos da União na ordem de R$ 14 milhões não chegam, o governador determinou a mobilização de toda estrutura do governo para prestar atendimento e executar ações que minimizem o sofrimento da população.
Alegando seca fraca, por causa das chuvas de inverno, o Governo Federal suspendeu a Operação, mas os gestores afirmam que o volume não foi suficiente para encher os barreiros e a água potável para consumo humano ainda é escassa. Dados pluviométricos comprovam o baixo índice e apontam para um verão prolongado e seco.
“Este ano tem sido bastante irregular com um dos piores invernos, maio choveu, junho foi seco, julho choveu um pouco, mas não deu nem para molhar a terra. Os agricultores não conseguem arar as terras para fazer o plantio. Infelizmente, vamos ter prejuízo na agricultura”, afirmou o presidente da AMA, Hugo Wanderley, ao lembrar que são os prefeitos que acabam arcando com o prejuízo de manter os carros pipas nesses municípios.
“ É uma situação difícil e complicada, diz o presidente da AMA. Além de toda a carga de responsabilidades que enfrentamos com o subfinanciamento dos programas, os gestores dos municípios afetados estão com uma carga ainda maior. Para não deixar a população sofrer, os prefeitos estão bancando a distribuição de água com custos mensais que superam a casa dos R$ 54 mil reais, como Delmiro Gouveia. É cobrindo um santo e descobrindo o outro”, compara Wanderley ao ditado popular. “ É uma situação insuportável”, acrescenta.
Mesmo com os decretos de emergência reconhecidos pela União, após portaria publicada no último dia 13, até aqui, o comando do Exército em Alagoas ainda não recebeu autorização para iniciar a distribuição da água. “A gente ainda não recebeu a ordem para o início da operação. Estamos aguardando que nos chegue a ordem do Comando Militar do Nordeste, no Recife”, disse o capitão Adelino Ferreira, do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado, em entrevista à imprensa.
O decreto é reconhecido pelo Ministério da Integração Nacional, que o repassa ao Ministério da Defesa, que, por sua vez, aciona o Exército para o cumprimento da missão. Temos de respeitar esta hierarquia, relatou o chefe da Operação Carro-Pipa, acrescentando acompanhar a complicada situação observada no interior de Alagoas.
Os municípios afetados são Água Branca, Arapiraca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Craíbas, Coité do Nóia, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Inhapi, Igaci, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Lagoa da Canoa, Major Izidoro, Maravilha, Mata Grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, Olho D’ Água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, Quebrangulo, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira e Traipu.
A operação do Exército atendia, 95 mil pessoas, com 140 caminhões nas cidades afetadas e que têm decreto de emergência.