Bate-papo com a CNM discute impactos de transformação digital nos Municípios Inteligentes Administrativa
Com foco no objetivo estratégico número 8 da Carta Brasileira para Cidades Inteligentes (CICB), que é “construir meios para compreender e avaliar, de forma contínua e sistêmica, os impactos da transformação digital nas cidades”, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou na manhã desta sexta-feira, 8 de abril, mais uma edição do Bate-papo. A ideia foi ambientar os gestores municipais sobre as recomendações estabelecidas, além de apresentar iniciativas que implementam algum aspecto que atenda a uma, ou a várias, dessas recomendações.
“A CNM trata informações de qualidade e disponibiliza para os agentes públicos. Não existe um governo inteligente que não utiliza informações. No conteúdo exclusivo da CNM, por exemplo, tem diversas ferramentas que disponibilizam informações aos gestores”, comentou logo no início da conversa o consultor da CNM na área de Indicadores e Inovação e Municípios Inteligentes, Emerson Souto.
Existe toda uma metodologia para avaliar a transformação digital, que conta com adaptação ao contexto das cidades brasileiras. São estabelecidas áreas chaves que precisam ser gerenciadas pelos representantes locais, sendo elas: estratégia, infraestrutura de tecnologia de informação, serviços e aplicações, dados e monitoramento. A pesquisadora colaboradora no Laboratório do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), do governo federal, Cleide de Marco Pereira, conta como isso pode ajudar o gestor municipal. “Dessa forma, as capacidades institucionais da gestão pública são orientadas para a transformação da cidade em um Município inteligente, levando em conta essas ações chaves da administração pública municipal.”
Também colaboradora do CTI, Cátia Regina Muniz complementa que dentro dessa metodologia foi criado um conceito de cidades inteligentes para ser uma ferramenta de balizamento e auxiliar a traçar objetivos. “A nossa ideia é que os Municípios olhem para os seus dados, seus indicadores e veja em qual setor precisa investir. Nós pensamos que cidade inteligente não é aquela que só tem tecnologia, mas sim que tem tecnologia que ajuda a solucionar os problemas da população. E antes de inserir tecnologia, tem que olhar se a infraestrutura é suficiente para a população. Por exemplo, em tratamento de água e esgoto, tem água para a população? Tem energia para a população toda? Nós pensamos nessas questões ao elaborar o modelo”, destacou.
O Município de Eusébio, no Estado do Ceará, tem colocado em prática essas orientações, como afirmou a coordenadora do licenciamento ambiental da Autarquia de Meio Ambiente e Controle Urbano, Círia Lima. “Nós fomos despertando para lacunas que existiam em nosso Município, pois além de informar o que a gente ainda não tinha presente aqui, foi gerando a necessidade de se ter uma maturidade maior na coleta de dados, no gerenciamento de indicadores. As perguntas foram bem direcionadas e estão surtindo efeito”.
XXIII Marcha
Durante o bate-papo, conduzido pelo consultor da Confederação Augusto Braun, foi destacado que o tema de inovação estará presente na XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em pelo menos três painéis temáticos e em uma exposição permanente durante o evento. A Marcha será realizada nos dias 25 a 28 de abril, e terá como tema “Município: o caminho para um Brasil melhor”. As inscrições ainda estão abertas e podem ser feitas aqui.
InovaJuntos
Durante a conversa também foi informado sobre o edital para participação no Projeto Inovajuntos, que está com inscrições abertas até o dia 30 de abril. A oportunidade é para Municípios e/ou Consórcios Públicos municipais ou intermunicipais. O InovaJuntos é um projeto de cooperação triangular com Municípios brasileiros, portugueses e latino-americanos que visa a contribuir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), para a Nova Agenda Urbana (NAU) e agora com a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes.
O projeto conta com o apoio financeiro da União Europeia e a parceria do Centro de Estudos de Portugal e vai selecionar 20 Municípios brasileiros para atuarem em quatro clusters temáticos, que contarão com a participação também de 12 Municípios portugueses e 8 latino-americanos. Ou seja, os clusters temáticos vão possibilitar que grupos de Municípios com temáticas em comum cooperem entre si. Acesse o site e saiba mais.
Assista ao Bate-papo na íntegra