Diagnóstico da CNM mostra preocupação com queda na vacinação de crianças Municípios
Levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) reforça a preocupação com a contínua diminuição nos Municípios relacionada à imunização de crianças no primeiro ano de vida. O estudo analisou a cobertura vacinal, com destaque para as vacinas contra a poliomielite, tríplice viral D1 (Sarampo) e BCG e coletou dados de casos confirmados e óbitos, além de evidenciar o desabastecimento parcial, como no caso da BCG e o risco de reintrodução do vírus da poliomielite no território nacional.
A análise engloba a cobertura vacinal de rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI) entre 2007 e 2021 e apontou queda nas vacinas analisadas, exceto na da febre amarela. Avaliando esse cenário, o estudo identificou que o percentual de imunização da BCG despencou de 68% (3.786 Municípios) em 2007 para 22,1% (1.230 cidades) no ano passado. Uma das vacinas mais antigas do Calendário Nacional de Vacinação, a vacina contra a tuberculose deve ser administrada logo após o nascimento, preferencialmente na admissão do recém-nascido na maternidade, tendo como meta 90% de cobertura e, nos últimos 15 anos (2007 a 2021), o resultado do indicador de média de cobertura superou a meta, exceto em 2019 (86,67%), 2020 (75,61%) e 2021 (70,70%).
Entretanto, o cenário de alcance desse público pelo conjunto de Municípios tem sido desanimador. De acordo com o levantamento, no ano de 2014, 54,1% (1.469 dos Municípios) atingiram o objetivo de cobertura para o imunizante. Sete anos depois, o percentual caiu para 22,1% (601 Entes locais).
Vacina Penta
Já a vacina DTP+Hib+HB (Penta) faz parte do ciclo de vacinação desde 2012, quando teve agregado o componente dos vírus Haemophilus influenzae B (Hib). Esse imunizante também tem meta de 95% e foi alcançada nos anos de 2013 a 2015. Considerando a incorporação no PNI, o percentual de Municípios que atingiram a meta em 2012 foi de apenas 0,2% (11 Municípios) e variou de 62,8% (3.496 Entes locais) em 2013 para 27,1% (1.508 Municípios), o que também demonstra tendência de queda.
Poliomielite e sarampo
No cenário em que é analisada a vacinação contra a poliomielite, o registro de diminuição também é acentuado e chega a 81,8% (4.554 Municípios) nos últimos 15 anos. O percentual de Municípios que alcançou a meta chega a apenas 25,7% no ano passado. Por sua vez, a meta de cobertura da tríplice viral (95%), que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, o país não atingiu a meta de cobertura, sendo que o menor índice foi registrado em 2021 (73,50%).
Possíveis motivos
De acordo com o estudo relacionado à redução das coberturas vacinais de rotina em crianças menores de cinco anos, realizado em 2020 pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), vários motivos podem levar à diminuição das coberturas vacinais. Os principais são a falta de vacinas nas unidades de saúde; a circulação de fake news e a formação e estrutura insuficientes para trabalho nas salas de vacinação.
Também foram apontados problemas relacionados ao acesso e à qualidade do atendimento e a baixa percepção do risco de doenças imunopreveníveis por parte dos pais e/ou responsáveis. Confira a íntegra do estudo e acesse mais diagnósticos da vacinação contra outras doenças que afetam as crianças no primeiro ano de vida.