Municípios recebem treinamento para plano de contingenciamento Municípios
Os quarenta municípios que enfrentam a estiagem com decreto de emergência homologado estão participando de um treinamento com a Defesa Civil estadual para elaboração do plana municipal de contingenciamento. O plano é uma exigência do Exército que coordena a operação Pipa. Além dele, os coordenadores municipais de Defesa Civil precisam entregar um laudo de potabilidade dos mananciais onde os caminhões são abastecidos.
Como o documento possui muitas exigências, a AMA está dando suporte aos coordenadores para que o documento seja preenchido corretamente. Segundo o tenente Douglas Gomes, da Defesa Civil Estadual, as informações prestadas vão nortear as ações a serem executadas e também será utilizado pelo Estado. O representante da Defesa Civil anunciou que na segunda-feira, dia 05 de dezembro, a Operação Água é Vida será retomada em 38 municípios, com 70 caminhões pipa abastecendo as zonas rurais e urbanas dos municípios de Estrela, Minador do Negrão e parte de Dois Riachos.
Entende-se por Plano de Contingência o documento que registra o planejamento elaborado a partir do estudo de um ou mais cenários de risco de desastre e estabelece os procedimentos para ações de alerta e alarme, resposta ao evento adverso, socorro e auxílio às pessoas, reabilitação dos cenários e redução dos danos e prejuízos.
Para a elaboração do Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil – PLAMCON deve-se contemplar as seguintes ações:
I – Identificação da responsabilidade de organizações e indivíduos que desenvolvem ações específicas em emergências;
II – Descrição das linhas de autoridade e relacionamento entre os órgãos envolvidos, mostrando como as ações serão coordenadas;
III – Descrição de como as pessoas, o meio ambiente e as propriedades serão protegidas durante a resposta ao desastre;
IV – Identificação do pessoal, equipamento, instalações, suprimentos e outros recursos disponíveis para a resposta ao desastre, e como serão mobilizados;
V – Identificação das ações que devem ser implementadas antes, durante e após a resposta ao desastre.
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que a severa seca que atinge o Nordeste casou prejuízo de RS103,5 bilhões entre os anos de 2013 e 2015. Em Alagoas, o prejuízo chega a R$ 215 milhões, segundo dados fornecidos pelo Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.
O cenário do prejuízo com a seca nos setores do Estado de Alagoas seguiu o perfil do Nordeste. Na agricultura, foram contabilizados pela Defesa Civil do Estado RS 93 milhões de prejuízo. Na pecuária, o valor chegou RS 80 milhões, seguida pelo setor da indústria, com RS 24 milhões. No comércio, o prejuízo foi de R$10 milhões; e no setor de serviços, RS 8 milhões.
O Coordenador Operacional da Defesa Civil e da Operação “Água é Vida” em Alagoas, Major Dárbio Alvin, explica que para se chegar ao relatório dos valores dos prejuízos causados pela seca, o órgão contou com a parceria dos municípios e das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), que repassam as informações.
Em Alagoas a situação não é diferente e, por causa da seca e da falta de chuva nas regiões, desde o mês de agosto está decretada situação de emergência em 40 municípios. A portaria com o decreto de situação de emergência foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 24 de agosto. Eles têm prazos de validade e os gestores dos municípios estão preocupados e apontam a burocracia entre os fatores que atrasam as ações de ajuda aos habitantes que se encontram em situação socioeconômica desfavorável.
O secretário geral da AMA e prefeito de Pão de Açúcar, Jorge Dantas, diz que a maioria dos municípios , mesmo com toda a crise financeira ,está utilizando recursos próprios para levar água até os habitantes. É impossível ficar sem atitude diante de um quadro de tanta destruição, miséria e desolação”, complementa o prefeito.