Saiu na mídia: Novos prefeitos vão depender de ajuda financeira federal Economia
A falta de recursos próprios afetará diretamente a realização das políticas públicas que os candidatos a prefeito prometem nas campanhas. Em Alagoas, os movimentos de Moradores de rua, de Sem Teto, Sem Terra afirmam que para conseguirem políticas públicas precisam acionar o Ministério Pública ou a Defensoria Pública. “Quando a assistência chega é de forma deficiente, com equipamentos precários e pouco contribui para a melhoria da vulnerabilidade social grave”, lamentou a coordenadora estadual do Movimento Sem Teto, Cil Pinheiro, que esta acampada com 2,7 mil sem tetos na porta do Palácio do Governo estadual para cobrar casas prometidas pelo governador em 2017. Além da falta de políticas pública ainda tem a violência. O coordenador do Movimento de Moradores de Rua, Rafael Machado, explica que “a maioria das 4,5 mil pessoas da população de rua em Maceió é ignorada pela prefeitura, pelo governo do estado e ainda enfrenta a violência. Os crimes raramente são esclarecidos”, criticou Rafael ao cobrar moradia e trabalho.
POLÍTICA DE FATO
A cientista social Luciana Santana observa que é nas eleições municipais “que a política acontece de fato”. Segundo ela, “as pessoas convivem e dependem das políticas públicas executadas pelos prefeitos”. Por isto defende a necessidade de o eleitor prestar a atenção nas propostas dos candidatos porque eles abordam temas e promessas que estão relacionadas a rotina da sociedade na saúde, educação, na economia, na vida social. Também concorda que os novos gestores dependerão de repasses federais e estaduais. “Muitas promessas são repetitivas porque os resultados das políticas públicas são vistos em longo prazo”. Mesmo assim, a cientista destaca que “em campanha política existem mais promessas que realidade para execução das propostas”. Apesar das dificuldades econômicas vividas pela maioria das prefeituras, a cientista diz que “o que a maioria dos políticos quer é convencer o eleitor que ele [o candidato] é o mais adequado para assumir a gestão municipal”. Luciana tem pesquisado e acompanhado eleições também em outras cidades brasileiras e percebe que a pandemia do coronavírus tem sido tema secundário dos discursos dos candidatos. “Esta é uma tentativa de não nacionalizar a disputa municipal. A pandemia está nacionalizada por conta da ausência de responsabilidade do governo federal, no tocante a coordenação de ações”. A cientista política observou que os governadores e prefeitos tentaram executar políticas para minimizar os impactos da pandemia. “Mas, os entes federados têm limitações de recursos. Para agravar a situação, os recursos federais chegara atrasados”.