TJ e AMA discutem implantação da Patrulha Maria da Penha no interior Municípios
Guardas deverão receber capacitação para atuar em ocorrências que envolvam violência doméstica a partir de março
Integrantes da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) se reuniram, na manhã desta segunda-feira (20), com representantes de cinco municípios para discutir como será a implementação da Patrulha Maria da Penha no interior do Estado. A Polícia Militar começará a capacitar as guardas municipais a partir de março e os municípios darão a contrapartida com os veículos.
“A gente vai partir de uma estrutura que já existe: pega-se a guarda municipal e especializa-se ela. Não tem custo para a Prefeitura, a não ser plotar o carro. E vai prestar um serviço muito importante”, resumiu o presidente do TJAL, Tutmés Airan.
Para Pauline Pereira, presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), a entidade terá uma missão de fazer um levantamento de quais os municípios já tem aprovado a Lei da Patrulha Maria da Penha e partir desse momento formalizar um termo de cooperação de informações contínuas, de acompanhamento de todas as mulheres que tem medidas protetivas.
Após a formalização do convênio, a adesão das outras cidades do interior deverá ser alta. “A maioria dos municípios já possuem a Guarda Municipal, então a formação pela Polícia Militar vai ser mais um reforço”, afirmou Pauline
De acordo com a juíza Marcella Pontes, da 1ª Vara de Delmiro Gouveia e integrante da Coordenadoria, a ideia é que todos os municípios tenham o trabalho da Patrulha Maria da Penha, com atendimento especializado para as vítimas de violência doméstica. Segundo a magistrada, é fundamental que as pessoas que estejam atuando façam um atendimento humanitário e constante com as mulheres que tenham medidas protetivas.
“É muito importante que esses guardas deslocados para a Patrulha Maria da Penha tenham noção do problema social, não só legal e criminal, mas o problema que envolve essas mulheres que são taxativamente vulneráveis e precisam de um cuidado em todas as áreas. Eles também vão conseguir direcioná-las, vão buscar uma reintegração social, indicar em quais os grupos de apoio elas podem procurar ajuda, eles realmente vão estreitar os laços entre o Poder Judiciário, a segurança pública, a vítima e o próprio agressor”, explica.
Capacitação
Em Delmiro Gouveia, a patrulha já está encaminhada e funcionando desde novembro de 2019 por meio da Guarda Municipal feminina. Segundo o prefeito Eraldo Cordeiro, o município precisa dessa segurança e já possui um centro de apoio a mulher. “Com a patrulha, já notamos um aumento nas ocorrências, as mulheres têm denunciado, têm ido na delegacia”, observa o prefeito.
Também estiveram presentes representantes dos municípios de Cacimbinhas, Olho d’Água das Flores, Água Branca e Campo Alegre, que devem ser os primeiros a aderir. Segundo a juíza Marcella, o primeiro treinamento deverá ter início em março.
A major Danielli de Assunção, comandante da Patrulha, será encarregada da capacitação nos municípios. “Quando a gente sai para uma ocorrência que envolva violência doméstica, o olhar é diferenciado, porque não atinge tão somente essa mulher, mas sim os filhos, vizinhos. Tem toda uma estrutura social que sofre desse mal”, salienta a major.
Durante a reunião, foi apresentado ainda um aplicativo que poderá ajudar a Patrulha Maria da Penha no acompanhamento das medidas protetivas. A iniciativa também é da Coordenadoria da Mulher do TJAL, comandada pela desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento.
AMA com informações TJAL