A participação feminina na política brasileira foi o tema principal da plenária do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), promovida durante a XXV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. A presidente do MMM, Tania Ziulkoski, reforçou a união de esforços para aumentar a participação da mulher na política. “Neste ano eleitoral, vamos unir forças, lutar pela nossa representatividade e garantir que mais mulheres ocupem os espaços de poder que merecem e almejam. Juntas, somos mais fortes e podemos transformar a política brasileira”, disse.

Lançado durante a edição da Marcha do ano de 2017, o MMM se consolidou como primeiro movimento municipalista feminino apartidário brasileiro. Ao fazer um balanço destes sete anos de atuação, a presidente do MMM fez um apelo às mulheres. “Permanecemos firmes no propósito de dar visibilidade e compartilhar, entre gestoras e legisladoras públicas, as práticas bem-sucedidas que promovem a inserção da mulher na política, motivando-as e preparando-as para o exercício de mandatos nos poderes locais e com ações exitosas que combatem a violência de gênero e buscam o empoderamento feminino de maneira que, fortificadas, as mulheres tenham condições de reagir a toda a afronta que vise diminuí-las”, completou.

Participando do debate, a ministra do Superior Tribunal Militar (STM) Maria Elisabeth Rocha lembrou que “onde reina a tolerância, a diferença não é estranha nem ameaçadora”. Durante discurso, Rocha ressaltou que os micropoderes precisam se libertar de suas interdições. “O poder ainda hoje pertence ao gênero masculino, que ocupa prioritariamente o âmbito coletivo mais visível e importante em detrimento das mulheres propositalmente ocultadas. E isso perdura até os dias atuais, independente de nós, atualmente, trabalharmos em lugares relevantes fora do lar, ainda são flagrantes os desequilíbrios salariais e a redução de acesso a determinados cargos em comparação aos homens”, finalizou.

Em mensagem motivadora às lideranças municipais femininas, a deputada federal delegada Ione (Avante-MG) insistiu para que não desistam da política. “Se você não acredita em você mesma, ninguém vai acreditar, por mais que diga que não tenha trajetória política. A mulher na política é extremamente necessária. Nós precisamos ter mais mulheres na política  e apoiar umas às outras; por isso, o MMM é muito importante. Porque aí sim nós teremos um mundo igual”, disse.

Lideranças municipalistas
Lideranças femininas locais também tiveram voz durante a plenária destinada a elas. A prefeita de São Félix do Araguaia (MT), Janailza Taveira Leite, fez um balanço da história feminina na política. “Neste momento, em que se tem mais um ano de eleição, usamos este espaço para fortalecer o movimento das mulheres no municipalismo. Quem faz parte hoje, que continue ocupando os cargos eletivos. Que possamos ser participativas por escolha, entrar na política sem vaidade, para defender as causas do nosso país, dos nossos Estados e dos Municípios dos quais fazemos parte”, reforçou.

Durante discurso, a prefeita de Santa Cruz do Sul (RS), Helena Hermany, traçou o cenário vivido pelos Municípios gaúchos diante das enchentes deste último mês, reafirmando a importância da liderança local no auxílio à população. “É naquela primeira hora, naquele primeiro momento, quando as pessoas estão dentro da água, precisando de socorro, precisando serem acolhidas, quando tem que sair de dentro das suas casas, é ali que estamos, é ali que temos de ter o olhar acolhedor, a mão amiga, o afeto para que sintam que tem alguém do lado delas. Naquele primeiro momento, quem está do lado é o prefeito, a prefeita”, finalizou.