Seminário discute estratégias de negócios para a bovinocultura de leite no Baixo São Francisco Agricultura
Alternativas de comercialização, aumento da produção de leite e linhas de crédito para investimento foram alguns dos temas abordados
A bovinocultura de leite na região do Baixo São Francisco foi o tema de um seminário realizado na última terça-feira (21), em Penedo, pela Agência de Atendimento Integrada do Sebrae Alagoas no município. Alternativas de comercialização, aumento da produção de leite e linhas de crédito para investimento nesse segmento do agronegócio foram alguns dos tópicos abordados pelos palestrantes com os produtores do setor no estado.
A consultora Silvania Barros Correia foi uma das convidadas para falar sobre a comercialização da produção leiteira, com foco na metodologia de central de negócios. Trata-se de uma metodologia do Sebrae que visa fortalecer um grupo de empreendedores em suas ações coletivas e comuns.
“Fazem juntos as ações por meio da cooperativa. Para que possam buscar benefícios para todos através de medidas como a compra coletiva ou vender coletivamente, e juntos terem um preço competitivo de venda. E quando comprarem juntos, terão um preço mais competitivo na produção”, explica.
“Há ainda ações de serviços como contabilidade, jurídico e trabalhista. São várias iniciativas que eles podem fazer coletivamente e fortalecer a cooperativa. Essa metodologia de central de negócios é uma tendência”, completa ela.
Silvania Correia conta que a aplicação dessa modalidade de gestão dura cerca de 12 a 18 meses de reuniões periódicas com o grupo de empreendedores, fortalecendo ações de marketing e na área financeira. No caso dos produtores de leite, eles também podem buscar consultoria técnica.
“São vários os benefícios que essa metodologia do Sebrae gera e há vários exemplos, como a Copa Sertão inaugurada em 2018, que é uma outra cooperativa também de produtores de leite. É uma metodologia fantástica”, observa a consultora, que apresentou no seminário como é possível acessar essa metodologia e seus principais benefícios, para estimular os produtores de leites a participarem.
O analista da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento (UCD) do Sebrae Alagoas, Marcos Fontes, também teve participação no seminário. Coube a ele abordar a questão da assistência técnica e gerencial na produção leiteira.
“Falei da necessidade de os produtores se tornarem competitivos para atuar com a produção de leite, destacando ainda a importância de se produzir mais leite, aumentar o volume de produção. Isso porque é necessário ter escala de produção para diluir os custos”, explica.
“A qualidade do leite também é importante. Além de ser uma responsabilidade do produtor, que produz alimento, o leite de qualidade recebe uma melhor remuneração da indústria e proporciona maior rendimento industrial”, destaca Marcos Fontes, reforçando a necessidade do uso de tecnologia para obter os resultados corretos e os ganhos esperados.
Crédito para inovação
O evento realizado pela Agência de Atendimento Integrada do Sebrae em Penedo foi uma parceria com o Banco do Nordeste (BNB), por meio do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter). Essa é uma estratégia da instituição bancária para promover a organização, fortalecimento e elevação da competitividade das cadeias produtivas.
O Prodeter acontece de forma participativa, a partir da mobilização de atores locais, instituições parceiras e produtores, para a formação de um plano de ação que tem objetivos bem definidos em cada território. Quem explica é o agente de desenvolvimento do BNB, Reginaldo Rocha Gomes, responsável pela articulação junto ao Sebrae para a realização do seminário.
No evento, ele e mais dois funcionários do banco tiraram dúvidas dos produtores sobre as linhas de crédito do BNB para inovação tecnológica, pois são ações que vão além do crédito. O Prodeter também está conseguindo impulsionar a modernização e o aumento da produtividade da bovinocultura de leite nas regiões da Bacia Leiteira, Baixo São Francisco e Médio Sertão.
“O FNE SOL Produtor Rural, FNE Inovação, Cartão BNB Agro, Cartão BNB Custeio Pecuário, FNE Agro Conectado, Verde e FNE Irrigação são algumas das nossas linhas de crédito voltadas para a inovação tecnológica”, diz. As linhas de crédito também foram apresentadas pelo gerente do Pronaf do BNB, Wallace Pinheiro, e o técnico de campo do banco, Kleber Rocha.
Atualmente, são mais de 200 produtores atendidos pelo programa e que atuam como multiplicadores das ações, que incluem formação de bancos de proteína, compra coletiva de insumos, associativismo, capacitação, melhoramento genético do rebanho e financiamento da produção. De janeiro a julho deste ano, já foram aplicados R$ 31,8 milhões em crédito com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
O analista da Agência Integrada de Atendimento em Penedo, Antônio Carlos Pires, destaca que a realização do seminário reforça o objetivo de sempre trazer mais informações para os produtores do estado.
“Para que eles possam, em suas propriedades, produzir melhor, com qualidade melhor e, assim, com lucratividade melhor. Tudo de acordo com os protocolos sanitários, para garantir a segurança alimentar do consumidor”, diz.