Alagoas sai na frente na busca ativa de famílias com casos de microcefalia Municípios
Alagoas saiu na frente dos outros Estados do Nordeste no que diz respeito às visitas domiciliares às famílias de crianças com microcefalia. A informação foi prestada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), nesta sexta-feira (19), durante videoconferência sobre estimulação precoce de crianças com microcefalia, realizada pelo Ministério da Saúde, na sede da Sesau. Técnicos da Saúde de Alagoas, Piauí, Paraíba, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Maranhão participaram da discussão, que contou com o apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/AL).
De acordo com o último levantamento da Sesau, dessa quarta-feira (17), o Estado tem 209 casos suspeitos de microcefalia, sendo 103 em recém-nascidos (com quatro óbitos) e seis registros intrauterinos. Deste total, 117 estão sendo investigados e há 38 crianças confirmadas com a doença e que já estão sendo acompanhadas por pediatras, neuro-pediatras e demais profissionais, a exemplo de fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos, dependendo da situação de cada uma.
A coordenadora da Assessoria Técnica do Cosems, Sylvana Medeiros, ressaltou que a videoconferência possibilita a troca de experiências entre os Estados, além da discussão e resolução das dificuldades em comum encontradas por eles. “O Estado e os municípios estão trabalhando juntos no sentido de aplicar as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde, no tocante à estimulação precoce da criança com microcefalia”, destacou.
A supervisora de Cuidado à Pessoa com Deficiência da Sesau, Renata Bulhões, afirmou que o Estado tem oito serviços Intermunicipais para estimulação precoce; nove Centros Especializados em Reabilitação (CER) – sendo seis em Maceió e três em Arapiraca – 11 maternidades para a triagem neonatal e auditiva e a Universidade de Ciências da Saúde do Estado de Alagoas (Uncisal), responsável pela triagem oftalmo e auditiva.
Já Cláudia Cerqueira, técnica da saúde da criança, ressaltou a importância dos gestores trabalharem as potencialidades da criança com comprometimento da parte neurológica, para que ela não tenha transtornos maiores e que, dentro das condições dela, tenha junto com a família uma melhor qualidade de vida. Na próxima segunda-feira (22), a Sesau deve apresentar à Comissão Intergestora Bipartite (CIB) um plano estadual, propondo novas habilitações de CERs, com o intuito de evitar o deslocamento de crianças de uma cidade para outra.
A coordenadora da Rede da Pessoa com Deficiência de Arapiraca, Amanda Bertoldo, afirmou que o município dispõe de três CERs voltadas à Reabilitação Física e Intelectual. São eles: O Centro de Medicina Física e Reabilitação de Arapiraca (Cemfra) – sendo este público – a Pestalozzi e a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
O município tem ainda, segundo Amanda, a Otomed, referência em reabilitação auditiva, além de 10 equipes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf). O evento contou ainda com a participação de técnicos de outros municípios, a exemplo de Maceió e Coruripe. Participaram ainda da videoconferência profissionais da Atenção Básica, Saúde da Mulher e Saúde da Criança, dentre outros.