Marcha a Brasília: 20 anos de luta e mais de R$ 529 bilhões em conquistas Marcha 2017
Os 20 anos de Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios foram celebrados na plenária da tarde desta terça-feira, 16 de maio. O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski – responsável pela primeira Marcha, em 1998 – destacou as principais conquistas obtidas por meio do movimento, que superam a marca de R$ 529 bilhões. “Com esse valor, nós conseguimos alavancar a situação dos Municípios e foi por meio da luta dos prefeito. E vocês precisam continuar”, disse.
O presidente da AMA, Hugo Wanderley, que participou dessa plenária comemorativa, afirmou a importância do evento para discutir pautas importantes. “A AMA há 20 anos participa da Marcha e esse ano está, mais uma vez, defendendo a pauta municipalista”, afirmou. “Fazemos parte dessa história desde a primeira ideia, complementou”
“Como prefeito de primeiro mantado, a Marcha é essencial para conhecimento e aprofundamento da luta municipalista. Precisamos nos unir e reivindicar”, afirmou o prefeito Ramon Camilo, de Dois Riachos.
A prefeita Pauline Pereira, de Campo Alegre, está no segundo mandato e tem participado de todas as marchas. Diz que “a Marcha é o maior evento político com o número de autoridades presentes. Por isso, é preciso aproveitar o momento para lutar por questões específicas do movimento.
Ele destacou a primeira Marcha e explicou os motivos que o levaram a criar o movimento: a difícil situação financeira enfrentada pelas prefeituras e o aumento de atribuições repassadas aos Municípios. Ziulkoski citou algumas das conquistas obtidas pelo movimento. Entre essas: o Imposto Territorial Rural (ITR), a contribuição de iluminação pública, a lei que trata da repatriação, o Imposto sobre Serviços, a questão da previdência social, o aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O deputado Manoel Junior (PMDB-PB), que compôs a diretoria da CNM, falou sobre o sucesso das Marchas e o relevante papel desempenhado pelo presidente Paulo Ziulkoski frente à CNM. Ele disse que foi um dos responsáveis pela alteração do estatuto da CNM para possibilitar que ex-prefeitos pudessem se eleger presidente da entidade. “Graças a essa presidência que o movimento municipalista ganhou”.
Em seguida, a primeira-dama da CNM, Tânia Ziulkoski, e a fundadora da entidade, Dalva Christofoletti, prestaram uma homenagem ao líder municipalista. “É com muito prazer, emocionada, e com grande honra, que entrego esse quadro ao presidente da CNM”, disse Tânia.
Ela ressaltou que no quadro estão representados dois momentos marcantes da atuação de Ziulkoski frente ao movimento. A primeira se refere à Marcha realizada em 1998, quando os gestores foram recebidos por cachorros e cavalos no Palácio do Planalto. A segunda imagem retrata a ex-presidente Dilma Rousseff com “o dedo em riste quando ele ousou discordar dela”, destacou a primeira-dama.
O ministro de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, também enalteceu o papel da Confederação e a figura do presidente da entidade. “A gente está em uma situação muito difícil, mas poderíamos estar muito pior”. Terra falou sobre a trajetória em parceria com Ziulkoski, desde a atuação na Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). “O Paulo não atua partidariamente”, disse.
Por fim, o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), ressaltou a atuação da entidade. “O que o deputado Manoel Junior disse sobre o Paulo ainda é pouco para mostrar o que ele já fez pelo movimento. O parlamentar também disse que é importante os gestores buscarem a CNM no sentido de obter orientação acerca de temas importantes. “Sempre que eu tenho dúvida venho buscar ajuda na Confederação”, afirmou.
Trajetória
O ano de 1998 marcou o surgimento de um movimento capaz de unir prefeitos dos 5.568 Municípios brasileiros e dar voz aos prefeitos. Até aquele momento, os Municípios tinham pouca força e, como consequência, enfrentavam um pacto federativo cada mais desigual.
A Marcha foi criada em Praia Grande, no litoral paulista. O presidente da CNM destacou que a entidade vinha obtendo o reconhecimento devido à participação e aos posicionamentos tomados frente a temas importantes. O presidente da Confederação defendia que o debate chegasse a Brasília, no entanto, a ideia não obteve muito apoio. Apesar disso, a proposta de realizar um debate mais forte na capital federal não foi deixada para trás.
A articulação para tirar do papel a iniciativa se iniciou logo após o fim do evento. “De dentro da Kombi, indo para o aeroporto, conversei com alguns companheiros e eles me apoiaram. Vamos fazer a Marcha”, lembra Ziulkoski. De uma sala improvisada, em Brasília, Ziulkoski começou a fazer ligações e a articular a mobilização da Marcha. Como a CNM não tinha recursos, o líder municipalista, conseguiu reservar auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. Na segunda-feira, dia 18 de maio de 1998, Brasília recebeu uma quantidade nunca antes vista de gestores municipais e Ziulkoski se tornou “O gaúcho que mobilizou mais de 2 mil prefeitos”.