Cosems/AL apoia evento sobre cuidado com o usuário de álcool e outras drogas Municípios
Profissionais da Rede de Atenção Psicossocial e da Atenção Básica participam de II Encontro: Território – Local de Cuidado para o Usuário de Álcool e Outras Drogas; hoje o evento é em Arapiraca
Mary Wanderley
Profissionais da Rede de Atenção Psicossocial- (Raps) e da Atenção Básica das dez Regiões de Saúde do Estado participam até esta terça-feira (26) de II Encontro: Território – Local de Cuidado para o Usuário de Álcool e Outras Drogas. O evento reuniu nessa segunda-feira (25) em Maceió os profissionais da 1ª a 6ª regiões e nesta terça-feira, ocorre em Arapiraca, com os das 7ª a 10ª, em Arapiraca. O secretário de Arapiraca, Glifson Magalhães, representa o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL) na discussão.
O secretário de Saúde de Arapiraca, Glifson Magalhães, que representou o Cosems/AL e os secretários de Saúde da II macrorregião no evento desta terça-feira, defendeu a importância da integração, formação continuada e compartilhamento de informações, considerando que, segundo ele, a saúde pública no país enfrenta problema crônico e a Raps tem inúmeras barreiras e desafios que precisam ser enfrentados de forma integrada.
“Assim como o Estado apoia os técnicos com metodologia do que podemos avançar, o Cosems dá apoio constante no que diz respeito à organização entre as Secretarias de Saúde, uma vez que no dia a dia esquecemos de observar que temos o município vizinho como parceiro para buscar soluções e o Cosems consegue fazer esta interlocução para que possamos avançar no fortalecimento desta rede”, salientou Glifson, dirigindo-se ao Estado e lembrando a necessidade de se discutir de forma conjunta a politica de financiamento da Raps.
Nessa segunda-feira foram expostas experiências territoriais dos municípios de Campo Alegre, Murici, Junqueiro e nesta terça-feira terá apresentação de casos de usuários de Estrela de Alagoas, Santana do Ipanema, Água Branca e Arapiraca. A secretária de Saúde de Dois Riachos, Edijária Camilo, participou do evento dessa segunda-feira e interagiu com o grupo de Teatro do Oprimido do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Casa Verde.
De acordo com ela a sociedade ainda tem olhar com preconceito sobre o usuário sendo urgente que se reveja esta postura e se adote o quanto antes um olhar de mais acolhimento. “Precisamos olhar o outro com mais amor e menos indiferença e preconceito. Acho interessante esta união de esforços de trabalhar a temática contra o preconceito de forma lúdica, lembrando que o trabalho faz melhorar a saúde mental, já que sem ele o indivíduo adoece”, reforçou a secretária de Saúde.
FORTALECIMENTO DA RAPS – O apoiador técnico do Cosems/AL, Joelson Lisboa, salientou a importância do fortalecimento da rede por meio de um melhor financiamento e do processo de educação permanente. Já a assessora técnica da Superintendência de Atenção Psicossocial (Suaps), Rosa Augusta Melo, ressaltou que o evento tem entres os objetivos qualificar os profissionais que trabalham diretamente com o público alvo com foco na intersetorialidade. Já o juiz da 17ª Vara Cível da Capital, Alberto Jorge Barros, disse que, antes da decisão judicial para a internação compulsória, é necessário provar que todos os recursos extra-hospitalares já foram esgotados.
O juiz demonstrou preocupação com o que ele chamou de “”clínicas caça-níqueis” e reforçou que no processo de interdição, a pessoa em questão precisa ser ouvida. “Há preocupação forte de como se dá o tratamento desta clientela que se socorre da via judicial e o que se passa nestas clínicas”, advertiu o juiz Alberto Jorge, acrescentando que os serviços de saúde devem adotar o modelo antimanicomial da lei 10.216/2001 que institui como meta a desinternação em prol dos recursos extra-hospitalares e o sistema de acolhimento.
A médica psiquiatra sanitarista e perita do Tribunal de Justiça, Isabel Perini, ministrou palestra sobre Internação Involuntária como último recurso de Tratamento. Ela expôs alguns princípios do NIDA (Instituto Nacional dos EUA para o Abuso de Drogas), o qual pontua que nenhum tratamento é adequado a todos os pacientes; defende o acesso fácil ao tratamento; dentre outros de igual relevância.
O coordenador do Caps AD III Primavera de Aracaju, Sergipe, Felipe de Oliveira, trouxe a experiência para os profissionais que atuam nos municípios alagoanos e considerou que a discussão favoreceu a soma de saberes para a melhor condução do tratamento dos usuários em Alagoas.