Serviço Estadual de Cardiopediatria assegura cirurgia para mais de 365 crianças Municípios
Programa implantado pela Sesau evita a migração para tratamento fora de Alagoas
Repórteres: Fabiano Di Pace e Josenildo Törres
Repórteres Fotográficos: Carla Cleto e Olival Santos
Alagoas celebrou o Dia do Cardiologista, nesta quarta-feira (14), com uma boa notícia para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Levantamento realizado pelo Serviço Estadual de Cardiopediatria (SEC), implantado em 2015 pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), aponta que, no período de quatro anos, 365 crianças com problemas cardíacos foram submetidas a cirurgias reparadoras.
O número representa um divisor de águas na assistência cardiopediátrica em Alagoas, uma vez que, até 2014, as crianças que nasciam com problemas no coração eram obrigadas a ingressar na Justiça para receber atendimento fora do Estado. Situação que afetava, inclusive, àquelas que possuíam plano de saúde, já que, há quatro anos, nenhum hospital – público ou privado – realizava o procedimento em Alagoas.
Além dos procedimentos cirúrgicos reparadores, que possibilitaram às crianças cardiopatas levar uma vida normal, o Serviço Estadual de Cardiopediatria, implantado por meio de uma parceria com a Fundação Cardiovascular de Alagoas (Cordial), também atingiu a marca de 6.936 consultas. Procedimentos realizados na Casa do Coraçãozinho, que funciona na Rua Ariosvaldo Pereira Cintra, no bairro Gruta de Lourdes, em Maceió, atendendo crianças dos 102 municípios alagoanos.
Além das cirurgias e consultas, também foram realizados 6.738 ecocardiogramas cardiopediátricos, 173 procedimentos percutâneos terapêuticos em cardiopatias congênitas e 5.058 crianças atendidas no interior do Estado. O atendimento ocorre através do Programa Coração de Estudante, onde uma equipe de cardiologistas – liderados pelo cardiologista José Wanderley Neto – percorre escolas públicas, realizando exames que identificam problemas cardíacos em crianças e adolescentes.
Para o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, o Serviço Estadual de Cardiopediatria possibilita tranquilidade, segurança e comodidade às famílias alagoanas. “Diferente do que ocorria até 2014, qualquer mulher alagoana ao engravidar, tem a certeza de que, caso o filho nasça com alguma cardiopatia congênita, será atendido pelo SUS com eficiência, agilidade e humanização”, salientou o gestor.
Beneficiado – Wesley Gabriel Ferreira está entre as mais de três centenas de crianças beneficiadas com cirurgias cardíacas realizadas pelo Serviço Estadual de Cardiopediatria. Nesta quarta-feira (14) ele esteve acompanhado da mãe, Taciana Ferreira, para ser mais uma vez consultado na Casa do Coraçãozinho, onde foi atendido pelo cirurgião cardiopediátrico José Leitão.
Durante a consulta, a mãe não escondida a alegria de ver o filho com a saúde restabelecida e aproveitou a oportunidade para homenagear os “homens de branco” que salvaram a vida de seu filho. “O atendimento foi ótimo e meu filho está se recuperando muito bem”, testemunhou Taciana Ferreira.
Emocionado com o gesto de gratidão da mãe, o cirurgião cardiopediátrico destacou a importância social do Serviço Estadual de Cardiopediatria e o prazer de poder ajudar a salvar a vida de muitos pequeninos. “Escolhi a cardiologia pediátrica por sentir que em Alagoas há uma carência muito grande de profissionais nessa especialidade. Ver a recuperação de um paciente, especialmente uma criança, é o que nos motiva a continuar com essa missão”, salientou José Leitão.
Para o presidente da Fundação Cordial, pediatria Claudio Soriano, a assistência a crianças cardiopatas requer uma sensibilidade especial por parte dos profissionais. “Atender a esses pacientes é um desafio diário. O profissional precisa estabelecer relações de confiança e estar plenamente seguro de seu conhecimento técnico. Por isso, a parceria da Sesau conosco garante o êxito deste programa, que é referência para todo o Brasil”, ressaltou.
Redução de Custos – Por meio do programa, foram reduzidos custos com a assistência cardiopediátrica, uma vez que todo o tratamento era custeado pela Sesau fora de Alagoas. Além das cirurgias, que eram financiadas pelo Governo do Estado, na maioria dos casos também era necessário arcar com o pagamento do traslado por meio de UTI Aérea.
Com a realização das cirurgias em Alagoas, as famílias de crianças cardiopatas passaram a conviver com mais comodidade. Vidas que, na avaliação do diretor executivo da Fundação Cordial, Otoni Veríssimo, “foram salvas graças ao compromisso da Sesau em assegurar a elas o acesso a um serviço especializado”, salientou.