Presidente da AMA diz que desigualdade histórica é responsável por diferenças econômicas Municípios
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Hugo Wanderley, disse que a pesquisa da Firjan , que apontou desigualdades econômicas, não está no município que não se sustenta, mas na definição das regiões que recebem os investimentos que impactam no fortalecimento da economia local.
Dentro de sua visão municipalista, ou seja, defesa na descentralização do poder executivo em favor dos municípios, Wanderley disse que não se pode estimular a desigualdade. “A nossa posição é a de que não se pode estimular a ampliação da desigualdade de renda entre as pessoas e as regiões do país sobre nenhum pretexto”, considerou ele.
“Ainda mais sabemos que a região, principalmente o Norte e o Nordeste do país foram tratados por muito tempo com desigualdade, com muito menos investimentos por parte do poder público”, acrescentou o presidente da AMA. Segundo Hugo Wanderley, essa desigualdade nos investimentos durante tantos anos é responsável por parte de toda a desigualdade que se vê atualmente. “Porque grande parte das indústrias e da receita está no Sul, mesmo com a região Nordeste, principalmente, demonstrar grande capacidade de crescimento”, afirmou.
A prova, segundo o presidente da AMA, está no fato de o Nordeste ter apresentado crescimento superior à média do País. Diante desse cenário, Wanderley não enxerga o problema como sendo do município. “O problema está aonde se priorizou os investimentos historicamente no país, por isso que existe essa desigualdade. A gente tem que trabalhar é pela diminuição da desigualdade de renda”, finaliza.
Estudo divulgado recentemente pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), aponta que existem, no País, 1.856 cidades sem receita própria para cobrir despesas administrativas das prefeituras e das câmaras de vereadores. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal acompanha, desde 2008, o desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros em três eixos de atuação: educação; emprego e renda; e saúde, realizada com base nas estatísticas públicas oficiais. O relatório aponta que 73% dos municípios alagoanos estão entre aqueles considerados insustentáveis.
O economista Felippe Rocha analisou os números, compara com a proposta do governo federal, e não enxerga a proposta como sendo tão simples assim.O caminho, segundo ele, está no fato de a arrecadação ser descentralizada. “A União deve claramente cumprir suas obrigações constitucionais; estimular e descentralizar investimentos, buscando a atração nessas regiões de investimentos privados”, aponta Felippe Rocha.