Alagoas é o quarto do país com maior proporção de prefeitas Municípios
Nas eleições realizadas em 2020, Estado elegeu 22 mulheres para governar municípios
Gazeta de Alagoas Por thiago gomes | Edição do dia 13/12/2022
Matéria atualizada em 12/12/2022 às 22h50
Alagoas é o quarto estado do País com maior proporção de mulheres que comandam as prefeituras. Aqui, o percentual alcança 21,6%, ficando atrás, apenas, de Roraima (26,7%), Rio Grande do Norte (22,8%), Maranhão (22,1%). Os dados são da Pesquisa e Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada e se referem ao ano de 2021. Em 2020, quando aconteceu a última eleição municipal, o número de eleitas foi de 22 mulheres, um crescimento praticamente zero em comparação aos dois últimos pleitos. Entre os partidos, o que mais elegeu prefeitas foi o MDB, com nove vitoriosas. O PP elegeu cinco; PSD e PTB elegeram duas; PSB, PL, PSC e Podemos elegeram uma prefeita cada. Dez foram reeleitas. São elas: Atalaia – Ceci Rocha, Barra de Santo Antônio – Livia Carla, Batalha – Marina Dantas, Belém – Paula Santa Rosa, Cajueiro – Lucila Toledo, Coqueiro Seco – Decele Dâmaso, Delmiro Gouveia – Ziane Costa, Feliz Deserto – Rosiana Beltrão, Flexeiras – Silvana Cavalcante, Ibateguara – Néa do Geo, Igreja Nova – Vera Dantas, Lagoa da Canoa – Tainá Veiga, Maravilha – Conceição Albuquerque, Maribondo – Leopoldina Amorim, Novo Lino – Marcela Gomes, Olho d’Água Grande – Suzy Higino, Ouro Branco – Denyse de Dona Telma, Porto Calvo – Eronita Leão e Lima, Senador Rui Palmeira – Jeane Moura, Santana do Ipanema – Dra Christiane Bulhões, São José da Laje – Ângela Vanessa e São Luís do Quitunde – Fernanda Cavalcanti. Segundo a pesquisa, em duas décadas, o Brasil conseguiu dobrar a proporção de mulheres à frente de governos municipais. No entanto, elas chegaram a 2021 comandando apenas 12,1% das prefeituras no País. No ano passado, havia 674 gestores municipais do sexo feminino, contra 4.894 do sexo masculino. Ou seja, os homens estavam à frente de 87,9% das prefeituras entre os 5.568 municípios pesquisados (os dois municípios restantes não responderam à pesquisa). “Verificou-se que, durante os 20 anos que separam a primeira pesquisa desta última edição, as prefeitas passaram de 332 para 674 (6,0% para 12,1%), porém, apesar de esse número ter dobrado, ainda é muito pequena a representatividade feminina no comando do executivo municipal”, ressaltou o IBGE. Em 2001, as mulheres comandavam 6,0% das prefeituras, contra 94,0% lideradas por homens. A região Nordeste manteve no ano passado o maior porcentual de prefeitas, enquanto o Sul e Sudeste registraram as menores fatias. Os Estados com menores proporções foram observadas no Espírito Santo (2,6%), Amapá (6,3%), Minas Gerais, Rio Grande do Sul (7,4%) e Mato Grosso do Sul (7,6%). “Temos que comemorar esse resultado, claro, mas a realidade é muito complexa para as mulheres. Mesmo com todos esses incentivos, demorou 20 anos para se ter um aumento na representatividade das mulheres nas gestões municipais. A paridade de participação das mulheres ainda está muito longe da ideal. De qualquer forma, a gente considera positiva a possibilidade de ter mais mulheres participando desses espaços de poder, contribuindo com a execução de políticas públicas e efetivamente tentando fazer a diferença”, disse a analista política Luciana Santana. Apenas dois dos 49 municípios com mais de 500 mil habitantes tinham prefeitas no ano passado: Contagem e Juiz de Fora, ambos em Minas Gerais. Apesar do número ínfimo, houve melhora em relação à edição anterior da pesquisa sobre o tema, realizada em 2017, quando a presença feminina nesse cargo era inexistente em municípios com esse porte populacional. De 2017 para 2021, as mulheres conquistaram mais 12 prefeituras no País como um todo.
Desigualdade racial
O IBGE mostrou também desigualdade racial na representatividade dos cidadãos em âmbito municipal. A maioria dos gestores municipais informou ser de cor ou raça branca, 68,8%, enquanto os pretos ou pardos não ocupavam nem um terço das prefeituras, apenas 30,6%. Os que se declararam de raça indígena ou amarela totalizavam 0,6% dos prefeitos. Na região Sul, 94,6% das prefeituras eram comandadas por brancos, no Sudeste, 80,3%. Os pretos e pardos eram maioria no comando de prefeituras nas regiões Norte (60,1%) e Nordeste (50,5%). Em 2021, a idade média dos responsáveis pela gestão municipal foi de 50 anos, a maior já registrada desde 2001. Os gestores do sexo feminino tinham média de idade de 48,9 anos, e os do sexo masculino, 50,2 anos. Quanto à escolaridade, 3.224 gestores municipais tinham curso superior completo, dos quais 15,6% possuíam especialização, mestrado ou doutorado. O resultado representa 195 gestores a mais com curso superior completo em relação a 2017, e 167 prefeitos a mais com pós-graduação.