AMA defende ajuda a plantadores para evitar caos social no campo Municípios
Com dados que mostram o crescimento da crise social e econômica nos dos municípios canavieiros, o presidente da AMA, Hugo Wanderley garantiu, em reunião nesta quarta-feira a diretoria da Asplana, que a Entidade será interlocutora dos plantadores junto aos governos federal e estadual. Acompanhado do prefeito de Messias Jarbas Omena, que passa a ser o representante da AMA, Hugo Wanderley reconheceu a gravidade do problema tendo em vista que, além da seca, as 54 cidades que integram esse núcleo estão enfrentando onda de desemprego e violência provocados pela retração da principal atividade econômica que é a cana de açúcar.
Nessas cidades, diz o prefeito Jarbas Omena, a economia está parada pela falta de circulação do dinheiro em feiras e pequenos mercados. “Há trabalhadores se desfazendo de bens conquistados com muito sacrifício para botar comida na mesa”, exemplificou.
O presidente da AMA, Hugo Wanderley disse que a Associação vai encampar essa luta que é mais humanitária que financeira. “São trabalhadores que têm no salário mínimo a renda para sobrevivência da família. Se os plantadores não têm como manter esses empregos por causa da crise , temos que nos dar as mãos para vencer o dragão”, enfatizou.
Representando os plantadores, principalmente os pequenos com áreas plantadas não superiores a 20 hectares, o presidente da Asplana Edgar Antunes , vice presidente Roberto Inojosa, diretor técnico Antônio Rosário e o diretor administrativo Willian Fragoso participaram da reunião para discutir uma estratégia conjunta que possa sensibilizar as autoridades. A principal reivindicação do setor é a necessidade de subvenção e a abertura de crédito com juros diferenciados.
Logo após o carnaval, dia seis de março, os 54 municípios canavieiros se reúnem na AMA para, junto com a Asplana, elaborarem um documento, a ser encaminhado ao governador do Estado Renan Filho e ao ministro da Integração Nacional que participará de uma reunião na Associação dia 13 de março, contendo os números da crise e apontando soluções. Os plantadores também farão um dia de campo, reunindo prefeitos, autoridades públicas e a sociedade para que todos possam ver, “in loco” a gravidade da situação.
Segundo a Asplana, 7.400 fornecedores podem ter queda de 50% da atual safra de cana plantada. Desse número, 86% é representada pelos pequenos agricultores que vivem da lavoura como fonte única de subsistência. Desses , a maioria também pode ter perda total da área plantada. A crise social se agrava ainda com a antecipação do desemprego no setor provocada pelo fim da moagem que ,por causa da seca, fez com que as usinas parassem com 40 dias de antecedência. Com a redução de meses trabalhados e a mudança na lei do seguro desemprego, muitos desses trabalhadores temporários ficarão sem o direito de requerer o benefício.