AMA orienta planejamento na educação para novos gestores Municípios
Em tempos de resseção da economia, planejar é a palavra-chave. E planejar as ações para atingir uma educação de qualidade é um dos principais desafios das gestões municipais que vão iniciar em 2017. Para orientar os prefeitos eleitos, dentro do processo de transição, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) convidou o especialista no assunto, o professor João Batista do Instituto Alfa e Beta, nesta terça-feira (06).
Em 2016, os prefeitos trabalharam no limite, já que os recursos de educação vêm diminuindo ou não são reajustados de acordo com a inflação, principalmente com relação ao pagamento do piso do magistério. Por isso, para o professor João Batista o primeiro passo para uma educação de qualidade é traçar um raio x da realidade atual e entender as deficiências, para assim fazer cortes cirúrgicos nos gastos que podem ser reconsiderados.
“Entender as deficiências, concentrar no que é bom e usar dinheiro para aquilo que funciona”, afirmou. Além de estabelecer a educação como prioridade para um futuro melhor, eleger um secretário qualificado e com conhecimento técnico foi outra dica importante dada aos gestores. “É preciso alguém que tenha capacidade gerencial para lidar com números e colocar a casa em ordem”, garantiu João Batista. Ele acrescentou dizendo que estabelecer prioridades e metas simples, como alfabetizar as crianças do primeiro ano, é fundamental. “A bússola da educação precisa ser o aluno e se o novo Gestor quiser fazer uma coisa boa essa, será o investimento nas crianças”.
O presidente da AMA, Marcelo Beltrão, alertou que a vontade política para mudar a educação está nas mãos de prefeitas e prefeitos. Fazer com que a criança saia do primeiro ano sem ler e escrever pode comprometer todo o aprendizado. Beltrão, que já foi secretário municipal e presidente da Undime destaca que é preciso fazer para o filho do cidadão o que se faz pelo próprio filho. Também mostrou aos novos gestores a necessidade de revisão no plano de cargos do magistério que é antigo e precisa se adequar a realidade existente. Considera a valorização do professor importante, mas não pode ser o foco.
“É preciso priorizar na gestão o atendimento do aluno para conseguir fazer com que a educação se desenvolva e atinja patamares permissíveis pelo menos o mínimo de adequação para que os alunos aprendam a ler e escrever na idade certa e fazer uma correção de fluxo combatendo a distorção da idade série, que no final das contas consiga os resultados esperados que são almejados por toda população alagoana”.
Para os prefeitos presentes, como Marcelo Rodrigues, de Limoeiro de Anadia e Gilberto Gonçalves, de Rio Largo, a orientação foi importante porque a maioria inicia o processo de gestão pela primeira vez e tem o compromisso de mudar, para melhor, a realidade da educação em suas cidades. Eleita em Jequiá da Praia, Jeannyne Beltrão alertou o fato de que nem todos os recursos estimados para a educação são realizados pelo Governo Federal e essa é uma “casca de banana” para o gestor.
A AMA vai continuar contribuindo com o processo de transição e, no caso específico da educação, o professor João Batista poderá fazer diagnósticos pontuais e sugerir medidas necessárias.