AMA se une a CPLA para manter programa do leite
O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos- AMA – Hugo Wanderley – assegurou a diretoria da Cooperativa de produtores de leite de Alagoas que a Entidade vai entrar na luta para manter o programa que beneficia 80 mil famílias no Estado, com um litro do produto, 4 vezes por semana. Essas famílias correm o risco de deixar de receber o leite que reforça a alimentação de crianças, nutrizes e gestantes em situação de risco alimentar porque o atraso nos repasses feitos através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que custeia parte do programa, já supera R$ 30 milhões.
Na outra ponta, mais de 3 mil agricultores familiares que fornecem leite para o programa correm o risco de perder uma importante renda, de R$ 1,26 por cada litro fornecido, o que pode elevar a maioria deles a abandonar a atividade. O Mesmo com o governo do Estado tendo antecipado os valores da contrapartida, o atraso no pagamento aos agricultores familiares chega agora a dois meses e meio.
“Não podemos permitir que isso aconteça e provoque uma grande desordem social”, disse o presidente da AMA, que vai reforçar junto a bancada federal alagoana a importância do programa que é estruturante e transformou a vida de muita gente em para Alagoas. A pressão precisa ser feita em Brasília, complementou.
“Hoje a situação é de crise. Com o atraso no pagamento, muitos agricultores familiares já avisaram que vão deixar o programa se os recursos não forem liberados nos próximos dias”, alerta Aldemar Monteiro, presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), que participou de uma reunião na AMA, acompanhado do vice presidente Fernando Medeiros, do Gerente Comercial Pedro Fernandes, do presidente da Cooperativa Pindorama Klécio Santos e o ex prefeito Paulo Dantas, representante dos municípios da Bacia Leiteira.
O governo federal não cumpriu o que o presidente Michel Temer e o ministro Osmar Terra, do Desenvolvimento Social, prometeram em dezembro passado, em ampliar e regularizar os pagamentos, obrigando o Programa improvisar os pagamentos somente com a contrapartida do Estado durante todo o ano. De janeiro até agora o programa operou com R$ 7 milhões de contrapartida do Estado.
O presidente da cooperativa Pindorama, Klécio Santos, reforça a necessidade de regularização do pagamento para a normalização do programa: “o agricultor familiar está acostumado a receber pagamentos quinzenais pelo leite que é fornecido. O atraso de cinco quinzenas desanima, desestimula e certamente, se continuar assim, representa uma séria ameaça a continuidade do programa em Alagoas”, aponta.