AMA será interlocutora entre Ufal e municípios no monitoramento de cidades Municípios
A Associação dos Municípios Alagoanos será interlocutora entre a Ufal e os municípios no projeto de monitoramento da evolução do coronavírus nos municípios. A AMA também vai arcar com os custos do armazenamento na” nuvem”. É um trabalho dos pesquisadores do Laboratório de Estatística e Ciência de Dados (LED), do Instituto de Matemática, que desenvolveram um software, com aplicação prática, capaz de monitorar a mobilidade das pessoas e detectar a presença do vírus nas comunidades.
Por esse trabalho, os pesquisadores foram os únicos do Nordeste a integrar um projeto financiado pelo Instituto Serrapilheira, a primeira instituição privada de fomento à ciência no Brasi, criada em 2017 com a participação de equipes da USP, UNICAMP e IMPA.
De acordo com o professor e pesquisador da Ufal, Krerley Oliveira, o laboratório trabalha em projetos que facilitem o rastreamento, triagem e monitoramento de casos nos municípios. “Nossos estudos mostram que, do modo como a doença está se alastrando, deveríamos estar focados mais intensamente na prevenção de novos casos e não apenas no tratamento dos infectados quando os sintomas já se agravaram”, diz Krerley. “E a melhor forma de fazer isso é monitorar todos os atendimentos realizados nas unidades de saúde, para que os agentes possam aprofundar a coleta e construir estratégias de combate à disseminação do vírus. O software permite ao gestor registrar e integrar com as plataformas do SUS os casos de COVID, usando algoritmos computacionais para prever demanda de leitos, pacientes com mais chance de complicação, internações, áreas mais infectadas no município, testagem e uma série de outras informações relevantes”.
O método consiste em mapear áreas com aglomerações através de geolocalização de endereços de pacientes suspeitos e confirmados, além de centros comerciais detectando os horários de pico, e o comportamento das pessoas,” se estão usando corretamente a máscara, por exemplo”. É uma forma segura de subsidiar ações por parte dos gestores para evitar que as pessoas não se aglomerem e garantir que a pandemia seja controlada.
Com o número limitado de testes, o registro cuidadoso dos atendimentos e a classificação de casos suspeitos através algoritmos computacionais permite ao gestor municipal tomar medidas efetivas no combate à pandemia. “Estamos atuando em Maragogi há cerca de 3 meses e os resultados estão começando à aparecer. Hoje é possivel ver em tempo real as principais áreas com suspeitos e confirmados do município e planejar as ações baseadas em dados adequados. É preciso que nos preparemos para esta batalha que pode ser bastante longa até a chegada de uma vacina”.
O trabalho, está em funcionamento em Maragogi e já está em processo de implantação nas cidades de Dois Riachos e Campo Alegre.