CNM volta ao TCU para discutir estimativa populacional Municípios
Aroldi reforça no TCU preocupação com estimativa populacional que pode alterar repasses do FPM
Divergências na estimativa populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram novamente pauta de uma reunião do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, e da prefeita de Roncador (PR), Marília Perotta, com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro. Os municipalistas manifestaram preocupação com a possibilidade de redução de redução de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de 135 cidades após a atualização dos coeficientes que teriam como base esse levantamento. A cidade paranaense está nessa lista.
Em razão da falta de recursos que deveriam ser disponibilizados pelo governo federal, o IBGE não realiza o censo demográfico desde 2015. Nos últimos anos, o Instituto tem divulgado o número de habitantes por meio de estimativas. Por sua vez, o TCU recebe essas informações do IBGE e faz a classificação dos coeficientes dos Municípios. Isso tem gerado divergências em várias cidades. Diante da dificuldade financeira em realizar o censo demográfico, a CNM defende que a situação dos Municípios prejudicados precisa ser analisada urgentemente.
“A nossa proposta é de fazer um pedido no sentido de congelar o coeficiente dos Municípios que perdem com a estimativa. Os Municípios prejudicados com a redução de recursos do FPM, por conta de não ter sido feito o censo de anos anteriores, não teriam alteração em seus coeficientes. A gente precisa fazer um esforço enorme no final deste ano para que ocorra uma espécie de transição nos anos de 2019 e 2020 até o governo federal disponibilizar recursos para a realização de um novo Censo em 2020”, explicou o presidente da CNM. Essa reivindicação proposta pela CNM seria feita junto ao Congresso Nacional por meio de Projeto de Lei.
Situação crítica
O Município de Roncador pode ser bastante afetado a partir do ano que vem por conta da estimativa divulgada pelo IBGE. Pelo cálculo do Instituto, o Município possui 10.058 habitantes. Entretanto, segundo a prefeitura, a cidade possui um pouco mais de 12 mil habitantes. Essa divergência alteraria o coeficiente do FPM de 0,8 para 0,6 e traz impactos que comprometem o atendimento à população.
“Com essa mudança, a gente perde em torno de R$ 250 mil por mês do FPM, sem contar recursos que vem da Educação, Saúde e Assistência Social que são repassados de acordo com o número de habitantes. Então, estive na reunião para que o presidente do TCU entendesse a dificuldade do Município de Roncador. A situação é gravíssima”, informou a prefeita Marília Perotta.
A CNM tem atuado incessantemente para mudar essa situação. Além de tratar a estimativa populacional no TCU, Aroldi esteve reunido no início deste mês, no Rio de Janeiro, com o presidente do IBGE, Roberto Olinto Ramos. Na ocasião, o municipalista reiterou a necessidade de que sejam disponibilizados os recursos para a realização do Censo de 2020. Alguns gestores presentes no encontro também relataram as dificuldades que devem ter a partir do próximo ano por conta da nova estimativa populacional.
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Por: Allan Oliveira
Foto: Allan Oliveira
Da Agência CNM de Notícias