Com 5 milhões de fiscais e mesários, eleições podem disseminar coronavírus no Brasil, diz entidade coronavirus
O processo eleitoral de 2020 pode promover uma segunda onda do coronavírus no Brasil, devido ao tamanho do pleito e número de pessoas envolvidas na organização. Quem faz o alerta é a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
“O Censo do IBGE, que é uma coisa importante para nossa economia foi cancelado, tantos eventos como o Enen foram adiados, outros países adiaram as eleições, por que manter? O congresso e o TSE não podem tomar decisões sem ouvir os municípios. Temos que exigir nossa presença nessa reunião.
O Movimento Municipalista está divulgando documento com argumentos técnicos e científicos para comprovar que manter as eleições este ano é uma desconexão com a realidade local.
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No panorama jurídico, os prefeitos questionam como garantir o princípio constitucional democrático para votar e se candidatar diante das restrições impostas pela pandemia. Um estudo da CNM indicou que 1.313 prefeitos em exercício no Brasil têm mais de 60 anos. Desse total, 1.040 têm direito de concorrer à reeleição.
Eles fazem parte do chamado grupo de risco para complicações da covid-19. Com as medidas de distanciamento social, seriam impedidos de fazer campanha eleitoral ou teriam a saúde exposta. Assim, para a entidade, não haveria a igualdade de oportunidades prevista na Constituição Federal.
Para a CNM, adiar as eleições não fere a “cláusula pétrea” (que não pode ser alterada) da Constituição. Segundo a entidade, a Constituição de 1988 prevê que o Brasil estabeleça o voto direto, secreto e universal e que as eleições sejam periódicas, mas não veda a mudança de sua data.
Os custos das eleições municipais do Brasil estão estimados entre US$3,5 bilhões e US$4,5 bilhões. O processo prevê a participação de mais de 2,3 milhões de mesários e 2,7 milhões de fiscais eleitorais, que devem precisar de equipamentos de segurança e da desinfecção dos espaços de votação, aumentando os custos.
Ainda entre os envolvidos no processo, são 146 milhões de eleitores, 16 mil candidatos a prefeito, 460 mil candidatos a vereador. A CNM informou que também avalia a opinião pública sobre a manutenção do pleito e prevê a elaboração de pesquisas de opinião.
Matéria correio24horas.com.br