Cosems discute com Estado redução de recursos do MS para tratamento do glaucoma Municípios
O Estado recebia mensalmente R$ 24.5 milhões referentes ao tratamento de 40 mil usuários do SUS e que, após auditorias realizadas pelo MS e entendimentos com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, o Ministério reduziu os recursos em âmbito nacional – relacionado ao tratamento de glaucoma – adotando o parâmetro de prevalência da doença por faixa etária. A partir de então, foi publicada a portaria 3011 de 2017 que reduziu o montante destinado a Alagoas para R$ 4.3 milhões.
A redução expressiva de valor repassado aos municípios levou a Diretoria e a Sesau a montarem um Grupo Técnico para discutir o corte de recursos e adotarem providências no sentido de dimensionar a real necessidade da população e garantir o acesso ao tratamento de glaucoma. O GT vai elaborar um documento para ser enviado ao MS pela Gestão estadual e o Cosems, informando as providências adotadas em Alagoas.
A presidente do Cosems, Izabelle Pereira, também secretária de Saúde de Teotônio Vilela, destacou a importância do alinhamento de informações entre Estado e municípios, considerando que o tratamento dos pacientes de glaucoma está praticamente paralisado em Alagoas. “Ficamos preocupados com os pacientes que precisam do uso contínuo do colírio, uma vez que a doença pode levar a cegueira”, destacou Izabelle.
Após o direcionamento dado na reunião, o Grupo Técnico se reunir e dentre os encaminhamentos ficou acordada ainda a elaboração de uma nota técnica pelo Cosems e Sesau para tratar do corte de recursos que constam da Portaria 3011 de 2017.
Além da construção da nota, será feito o recadastramento dos pacientes por município de residência, no período de 19 de fevereiro e 15 de março; e em seguida os municípios de referência, ou seja, os executores do procedimento de glaucoma irão reavaliar os pacientes e, posteriormente, serão realizadas auditorias nos respectivos prontuários.
A presidente do Cosems/AL ressaltou a necessidade de a Sesau estabelecer um cronograma de repasse para que os municípios possam se programar, já que têm fornecedores que também dependem de prazo.
Izabelle salientou também a importância da presença dos secretários, técnicos e superintendentes nas reuniões das Comissões Intergestores Bipartite, considerando que é um espaço adequado para as discussões pertinentes à saúde pública.
O superintendente da Atenção à Saúde da Sesau, José Medeiros, reconheceu a burocracia do Estado no fluxo dos processos, o que leva à falta de agilidade na regularização dos repasses e afirmou que não tem medido esforços para definir um calendário de pagamento.
Foi discutida ainda a prorrogação da Portaria 1294 de julho de 2017 – referente a cirurgias eletivas – para até julho de 2018. Com isso os municípios da 1ª Macrorregião de Saúde solicitaram articulação com o Estado para a viabilidade de oferta para os usuários dessa macrorregião.
Ficou como encaminhamento também que o Estado deve convocar os municípios com hospitais com capacidade instalada para a oferta de cirurgias na 1ª macrorregião e negociar com eles a possibilidade de realizarem as cirurgias para os demais municípios desassistidos. Isso irá acontecer com o remanejamento de R$ 800 mil que havia sido destinado a Coruripe, que no fim de 2017 desistiu de participar da campanha de cirurgias eletivas.
ASCOM COSEMS