Muitas Arapiracas: Conheça mais sobre a segunda maior cidade de Alagoas, muito além dos rótulos Arapiraca
Um bosque inteiro de Arapiracas, a árvore símbolo e que dá nome à segunda maior cidade de Alagoas, ainda não explicaria as diversas possibilidades que envolvem a capital do Agreste do Estado. Aliás, esse é mais um rótulo, entre tantos, com que procuram descrever Arapiraca: “Terra de Manoel André, Capital do Agreste, Terra do Fumo ou até a cidade mais importante do interior de Alagoas. Arapiraca é tudo isso e muito mais.
“A sombra de uma Arapiraca deu abrigo ao nosso pioneiro, Manoel André, que por aqui chegou em meados do século XIX e por aqui se fixou, e hoje um bosque inteiro de árvores plantadas no centro da cidade demonstra sua evolução não apenas histórica, mas também política e econômica”, destaca o prefeito Rogério Teófilo.
Sua localização estratégica e o inegável espírito empreendedor de seu povo, acabou forjando o atual cenário, que a situa como segundo município mais importante do Estado, segundo números oficiais. Do período de sua emancipação, em 1924, até hoje, muitos ciclos produziram seu desenvolvimento e prosperidade. Mas tudo começou com a produção de fumo.
A produção agrícola sempre teve vocação familiar, ou seja, apoiada no trabalho de pequenos produtores rurais. O fumo produzido encontrou seu auge e seu declínio durante o século XX. Das pequenas propriedades, seguia para unidades de beneficiamento e dali para as feiras livres, outra característica peculiar de Arapiraca e no Agreste.
“O fenômeno da feira livre, a Fumageira, tornou Arapiraca famosa não só em Alagoas, mas também em todo Brasil. Em torno dela, prosperou o comércio e os serviços, tornando a cidade um polo regional. A feira também apontava os caminhos para substituir a cultura do fumo: a produção de hortaliça, que ainda mantém sua força na agricultura familiar”, afirma o economista Cícero Péricles.
Na culinária, destaca-se o apego ao aconchego. Os arapiraquenses são conhecidos pelas comidas que abraçam, como o caldinho de feijão e o arroz de tempero. Tais alimentos são tão tradicionais nas terras de Manoel André que se tornaram o ganha-pão de várias pessoas.
No entroncamento das ruas Florêncio Apolinário e Marcelino Magalhães, no bairro Alto do Cruzeiro, há 45 anos funciona o Caldinho do Pedrinho. A receita do caldinho de feijão comercializado no estabelecimento foi responsável por manter a família por três gerações.
O produto é tão bom que tornou o bar conhecido até na capital. “O Caldinho é um ambiente familiar. Muitos dos meus clientes vinham para cá sozinhos. Depois começaram a frequentar com suas noivas, que vieram a se tornar esposas, tiveram filhos e agora vêm com seus netos”, conta Flávio Costa, quem administra o estabelecimento atualmente.
O sucesso do caldinho de feijão foi tanto que outros estabelecimentos do mesmo ramo surgiram, como o Bar do Caldinho, que fica na principal rua do bairro Canafístula. Lá, Fernando Barbosa da Silva, chega a vender 500 caldinhos diariamente.