Técnicos da saúde discutem assistência humanizada ao recém-nascido Municípios
A assistência humanizada ao recém-nascido na sala de parto foi discutida nesta terça-feira (26), no fórum da Rede Cegonha, no Museu da Imagem e Som de Alagoas (Misa), em Jaraguá, com técnicos da saúde dos municípios alagoanos. A discussão foi a pauta central da reunião e faz parte dos fóruns mensais realizados pela Rede Cegonha, coordenada pela médica Syrlene Medeiros Patriota, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que debate temáticas de interesse do segmento.
“Fizemos o monitoramento dos serviços e sabemos que temos uma quantidade expressiva de unidades que não têm pediatras, já que os pacientes das Casas de Parto e Centros de Parto Normal não oferecem risco e não há a exigência destes profissionais neles”, afirmou. Segundo ela, o profissional, independente de ser médico ou enfermeira, precisa estar capacitado para prestar este tipo de assistência.
De acordo com ela, os fóruns foram instituídos pela necessidade de discutir a formatação e organização da Rede Cegonha, bem como as dificuldades profissionais e as questões assistenciais. A palestra foi ministrada para técnicos de saúde dos municípios alagoanos pela especialista em Saúde da Mulher e enfermeira obstétrica Hilca Mariana, coordenadora do setor de Obstetrícia do Hospital Luís Arruda de Matriz de Camaragibe.
A especialista expôs a necessidade de humanizar todas as etapas do nascimento à recepção do bebê, focando no respeito ao processo fisiológico, lembrando que todas as condutas precisam estar embasadas em indicações científicas e legais. Hilca Mariana pontuou os procedimentos que os profissionais da área devem adotar para tornar o parto menos sofrido para mãe e filho e menos oneroso para a instituição hospitalar.
De acordo com Hilca, o Estado de Alagoas ainda precisa avançar no tocante à humanização do parto e enumera as mudanças que podem ser feitas a curto prazo: não delimitar tempo no trabalho de parto, mas monitorar o bebê durante o processo; permitir que parturiente escolha a posição que quer parir; tenha acompanhante durante o parto para se sentir mais segura.
Outros tratamentos que humanizam o parto, na opinião dela, incluem deixar pouca gente na sala de parto; observar o sofrimento fetal; promover o aquecimento do bebê logo que nasce com uso de touca e colchão térmico; permitir o contato pele a pele com a mãe; não puxá-lo, não romper a bolsa amniótica, entre outras condutas.
A enfermeira obstétrica orienta que toda intervenção deve ser fundamentada e as condutas precisam ter indicação para serem colocadas em prática, a exemplo da necessidade de aspirar ou não o recém-nascido. Hilca reforça também a importância de estimular os movimentos respiratórios do bebê, não com as antigas palmadas para provocar o choro, até porque já foi constatado que somente 15% dos bebês precisa de estímulo para respirar assim que nasce.
“Se forem descartadas as intervenções desnecessárias, a exemplo de medicação e soro em algumas situações, economiza-se o tempo do profissional e dinheiro da instituição. É preciso investir na situação nutricional da mãe porque é a melhor maneira de garantir forças para a mulher e não colocá-la apenas no soro com glicose”. Hilca acrescentou que o Hospital Luís Arruda, além de Matriz de Camaragibe, atende as gestantes de Porto de Pedra; Passo de Camaragibe; São Luís do Quitunde; Porto Calvo; Novo Lino e Jacuípe.
ASCOM COSEMS