Municípios participam de oficina sobre notificação de violência interpessoal e autoprovocada Municípios
Representantes de 41 municípios alagoanos que não realizaram nenhuma notificação de violência interpessoal e autoprovocada no 1º semestre deste ano participaram na manhã desta quinta-feira (30) da Oficina sobre o assunto na Secretaria de Desenvolvimento e Turismo (Sedetur), em Jaraguá, Maceió. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) revelam que em 2017 foram 4.626 casos de violências notificados, destas 1.236 foram violência autoprovocada.
No 1º semestre de 2017 foram 2597 e no mesmo período de 2018 foram notificados 2.160 casos de violência no Estado, sendo que apenas 61 municípios fizeram as devidas notificações. O objetivo do evento coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) com o apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems) é avaliar as dificuldades dos referidos municípios na notificação destas modalidades de violências.
A gerente de Vigilância e Controle de Doenças Não Transmissíveis da Sesau, Rita Murta, afirmou que este ano foram realizadas duas capacitações com todos o municípios e ainda assim houve alguns silenciosos quanto às notificações. “Queremos ouvir as dificuldades dos gestores porque percebemos que alguns casos de violência têm sido notificados em municípios que não são da residência da vítima. Precisamos saber o que está acontecendo para avaliar que apoio técnico o Estado precisa dar”, destacou.
Segundo ela, os dados obtidos por meio das notificações são importantes para que os municípios conheçam o perfil da vítima, do agressor, onde ocorre e o tipo de violência para adoção de políticas públicas e o encaminhamento da vítima para toda a rede de atenção e proteção. Os tipos de violência que mais chegam aos serviços de saúde, de acordo com Rita Murta, são a física seguida da psicológica.
Outra discussão importante na oficina foi à publicação em 12 de junho no Diário Oficial do Estado da Portaria 1.900/Sesau, a qual prevê que a tentativa de suicídio e violência sexual é de notificação imediata para o Estado. Vale ressaltar que desde 2014 já era de notificação imediata para o município por parte do Ministério da Saúde e este ano passou também a ser para o Estado. Rita Murta alerta os municípios sobre a tentativa de suicídio que tem sido alarmante em Alagoas, sendo necessário que os gestores adotem medidas de Vigilância, Atenção e Proteção às vítimas.
“A pessoa que tenta o suicídio geralmente dá sinais e a família precisa ficar atenta a eles e buscar ajuda”, advertiu. De acordo com o apoiador Técnico do Cosems, Joelson Lisboa, os medicamentos de uso controlado são o principal agente tóxico utilizado nas tentativas de suicídio e ainda acrescentou que é necessário que os municípios formem comitês ou núcleos intersetoriais para prevenção ao suicídio e à violência.
A partir desta sexta (1) começa o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio e a Sesau – com o apoio do Cosems – realiza no próximo dia 4 na Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) um seminário sobre vigilância das intoxicações relacionadas ao uso de medicamentos.
O seminário terá a participação de representantes da Vigilância Sanitária, médicos prescritores dos medicamentos controlados; farmacêutico; e coordenadores da Atenção Primária e demais Vigilâncias. Como resultado da oficina desta quinta-feira foram feitos planos de ação para execução nos municípios com o apoio técnico do Estado.