Cosems-AL e instituições parceiras discutem baixa cobertura vacinal Municípios
Cosems-AL e instituições parceiras discutem baixa cobertura vacinal
Mais de 80% dos secretários e técnicos municipais de Saúde participaram hoje do Cine Vacina, evento promovido pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems-AL) no Parque Shopping Maceió, em Cruz das Almas.
O cenário preocupante da baixa cobertura vacinal de doenças já erradicadas, como a poliomielite e o sarampo, no Brasil, com Alagoas seguindo a tendência nacional foi o tema explorado pelo presidente do Cosems-AL, Rodrigo Buarque, técnicos e autoridades sanitárias do Conasems, Opas, MPE, MPF, universidades, além da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau).
O titular do Cosems-AL enfatizou que as três esferas de governo devem se unir para impedir a volta de doenças já erradicadas em Alagoas.
“O sucesso das campanhas no passado contra a poliomielite e o sarampo levaram a população a achar que estas doenças não ofereciam mais risco às crianças e não estão mais vacinando-as. Precisamos reverter isso” alertou Rodrigo
O presidente do Cosems-AL apontou entre os gargalos a perda de informações no sistema e que o eSUS e o SI-PNI precisam dialogar mais. Rodrigo agradeceu a parceria de sempre do MPF e MPE.
Na ocasião, o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) Flávio Álvares expôs uma Pesquisa Nacional sobre Cobertura Vacinal, pontuando a performance dos municípios alagoanos, bem como os fatores que provocaram o declínio da cobertura vacinal no país no período de 2010 a 2020.
A assessora técnica do PNI estadual Rafaela Siqueira também traçou o diagnóstico das coberturas vacinais em Alagoas.
Segundo ela, de 2017 a 2021 o Estado se saiu bem, sendo os anos de 2017 e 2018 os com melhor cobertura dos últimos 5 anos.
De acordo com ela, a partir de 2010 foi registrada queda crescente da vacinação contra a poliomielite, com alto risco da reintrodução da doença no Brasil. O dia D contra a polio será no próximo dia 20 e até o último dia 15 só 6% das crianças na faixa abaixo de 5 anos se vacinou até o momento.
O técnico do Conasems Alessadro Chagas afirmou que os órgãos de controle têm que ser parceiros e não perseguir os municípios, que são sempre submetidos a teste e nunca recebem resposta.
“Não temos vacinas e desde março estamos fazendo contingência de BCG no país. SUS é tripartite, todos trilham o mesmo caminho. O município é o operador sim, mas é o lado frágil” reforçou, lembrando que o país precisa de menos palanque e mais escuta.
A vice-presidente do Cosems-AL Paula Gomes ressaltou que para ter horário estendido nas UBS, ponto tocado na reunião, é preciso pensar no financiamento do SUS que há muito tem tabela defasada.
A promotora de Justiça do MPE Micheline Tenório, respondendo a um questionamento da infectologista Sara Dominique, afirmou que a resistência dos pais em vacinar os filhos deve ser comunicada ao MPE na área da Infância e Adolescência na capital e, no interior, nas Promotorias.
“Temos em Maceió também o Núcleo de Defesa da Saúde Pública no MPE que eu coordeno e os casos podem ser direcionados por e-mail , WhatsApp ou por telefone que direcionamos aos colegas responsáveis em cada município”.