Cosems e Estado discutem Planejamento Regional e Integrado na saúde pública Municípios
Mary Wanderley
Os vice-presidentes regionais da 3ª e 9ª Regiões de Saúde do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems) Ewerton Matias e Edijária Camilo, respetivamente, técnicos da entidade e da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) se reuniram nessa segunda-feira (20) no auditório do Hospital Geral do Estado com o Grupo Condutor do Planejamento Regional Integrado (PRI).
O vice-presidente da 3ª Região de Saúde Ewerton Matias, também gestor de Murici, afirmou que a reunião foi um momento ímpar para diagnosticar a situação vivenciada pelos municípios de Alagoas. “A partir de agora, temos o compromisso de avançar nas discussões ampliadas sobre as Redes de Atenção em Saúde. Assim, devemos enfrentar os vários desafios impostos pelos cenários com que estamos lidando, pois muitos são os vazios assistenciais existentes, por isso a importância desse grupo condutor. Precisamos avançar em diversas frentes, já que nossa missão será investir na ampliação da cobertura assistencial nas dez regiões de saúde”, enfatizou.
Já a vice-presidente da 9ª Região de Saúde, Edijária Camilo, também secretária da pasta de Dois Riachos, destacou que as áreas técnicas da Sesau precisam se comunicar mais com os municípios já que, segundo ela, este é o papel do Estado. “Ficou perceptível nesta reunião do PRI que esta relação ainda está muito solta e precisa existir para que os municípios e o Estado possam atingir os indicadores de Saúde. A Vigilância em Saúde por exemplo ilustra bem esta lacuna entre as duas partes. Não podemos retroceder, mas avançar para que tenhamos saúde pública de qualidade em todos os municípios”, alertou.
Vale ressaltar que o objetivo da reunião foi dar continuidade às apresentações das informações das diversas áreas técnicas da Saúde para as análises pertinentes e, posteriormente, a realização das oficinas macrorregionais para a construção dos dois planos da 1ª e 2ª macrorregião de Saúde. A da 1ª será nos dias 26 e 27 deste mês em Maceió e a 2ª, em Arapiraca, em 3 e 4 de outubro.
A secretária executiva do Cosems, Sylvana Medeiros, mediou as discussões a cada apresentação, pontuando os itens que precisavam ser revistos e complementados, bem como a necessidade do Estado e municípios assumirem as responsabilidades inerentes à alçada de cada ente-federado. O gerente de Planejamento, Monitoramento e Avaliação da Sesau Bruno Pimentel apresentou o Plano de Ação para a realização das oficinas regionais e macrorregionais que, segundo ele, foi construído pelo Estado e Cosems.
Durante os dois turnos dessa segunda-feira foram apresentados panoramas da situação atual nos municípios alagoanos da Atenção Primária, Vigilância à Saúde, Redes de Atenção à Saúde (RAS), Alta e Média Complexidade e Financiamento SUS.
Sylvana Medeiros alertou para o movimento de urbanização para que a cobertura das equipes da Atenção Básica não fique centralizada na zona rural e secundarize os grotões das zonas urbanas, considerando que há alguns em situações mais precárias que algumas cidades do interior. A representante da Sesau Cristina Rocha expôs o perfil da Vigilância em Saúde, traçado por meio de questionário junto aos municípios alagoanos, ficando claro que o Estado não tem um sistema de informações para mensurar as inspeções realizadas pela Vigilância em Saúde.
Pelo menos foi esta a preocupação exposta pelo gerente de Informação e Análise da Situação de Saúde da Sesau, Herbert Charles Barros, ao apresentar o mapa com ações laboratoriais e Vigilância. A secretária executiva do Cosems questionou discutir com Estado e municípios o que cabe a cada parte para que esta pendência seja sanada.
“Falta um trabalho de base para instrumentalizar os municípios para que eles possam melhorar. Quase ninguém gosta da Vigilância em Saúde e epidemiológica, mas ela é a base da saúde pública”, reforçou Sylvana, acrescentando que, neste contexto, fica perceptível a dificuldade estrutural do Estado. A assessora técnica da Sesau, Nélia Araújo, expôs a situação da oferta de leitos, consultas e exames por Região de Saúde.
Foram também apresentados os avanços e dificuldades das Redes de Atenção às Doenças Crônicas não Transmissíveis; Cegonha; de Cuidados à Pessoa com Deficiência; Rede de Urgência e Emergência (RUE); e de Atenção Psicossocial. O evento finalizou com a apresentação da Sesau do financiamento do SUS por parte três entes federados.
Gestores e técnicos da Saúde participam de curso sobre Política Nacional de Humanização
A secretária de Saúde de Messias e conselheira fiscal do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems), Morgana Oliveira, apresentou na manhã desta quarta-feira (4) um trabalho intitulado “Plano de implantação da Política de Humanização do SUS na Secretaria Municipal de Saúde de Messias- AL” no encerramento da quinta turma do curso de apoiadores da Política Nacional de Humanização que acontece na Faculdade da Cidade de Maceió (Facima). O trabalho conta também com a autoria de Francine Cândido.
Participaram do curso profissionais dos municípios de Rio Largo, Santana do Ipanema, Messias, Flexeiras, Major Izidoro, Batalha, Cajueiro e Olho d’Água das Flores. De acordo com Morgana Oliveira o paciente precisa ser tratado como um ser integral uma vez que não adianta o município disponibilizar por exemplo a equipe de saúde mais qualificada, os melhores equipamentos e medicamentos se a população não for atendida no tocante à educação. Segundo ela se o paciente não for suprido neste quesito ele não vai fazer o tratamento.
“É preciso trabalhar as culturas e crenças limitantes dele. Por isso a necessidade de criar este comitê intersetorial da Política Nacional de Humanização”, destacou a titular da pasta de Messias, acrescentando que boa parte das secretarias do seu município abraçaram a causa, uma vez que perceberam a necessidade de avançar tecnicamente e a PNH de Messias estaria seguindo esta tendência.
Morgana agradeceu a participação da apoiadora técnica do Cosems, Camila Valença, no evento e enfatizou que o curso somou em troca de experiências não apenas para Messias, já que os participantes devem levar para os seus municípios o aprendizado adquirido e a temática para os espaços como a Comissão Intergestora Bipartite (CIB) e Comissões Intergestoras Regionais (CIR) para que os demais municípios possam se apropriar dos conhecimentos.