Embrapa oferece capacitação para boleiras de Alagoas Municípios
Para apoiar a produção de bolos típicos produzidos por comunidades tradicionais, a Embrapa Alimentos e Territórios vai oferecer uma capacitação gratuita para boleiros e boleiras de Alagoas na modalidade ensino a distância (EaD). O conteúdo foi produzido a partir de capacitações presenciais realizadas por especialistas para dez boleiras e boleiros alagoanos dos municípios de Coqueiro Seco e Santa Luzia do Norte, reconhecidos pela produção artesanal de produtos agroalimentares, como bolos tradicionais à base de mandioca e coco.
As atividades se inserem no projeto Boleiras das Alagoas, conduzido pela equipe da Embrapa, que também foi responsável pela produção do material audiovisual. O projeto prevê a capacitação on-line de 90 boleiras de outros municípios alagoanos, previamente selecionados, por meio de workshops presenciais e com apresentação dos vídeos que compõem o curso. São nove módulos que abordam desde a importância de valorização do modo de fazer bolos como um ofício ligado ao patrimônio cultural, passando por questões sanitárias, segurança de alimentos e aspectos ergonômicos da profissão.
O lançamento da capacitação ocorre em 1° de agosto, a partir das 9 horas, no auditório do Colégio São Vicente, em Pão de Açúcar (AL). A iniciativa conta com o apoio do Consórcio Intermunicipal do Sul do Estado de Alagoas (Conisul) e da Prefeitura de Pão de Açúcar, parceiros estratégicos do projeto para capacitar, especialmente, boleiras em situação de vulnerabilidade social, residentes em áreas rurais e periurbanas do estado.
Para o presidente do Consórcio, Marcelo Beltrão, “capacitar esses produtores é conferir mais qualidade na fabricação e na entrega de suas mercadorias, algo fundamental para qualquer empreendimento”. Por isso, ele ressalta a importância da formação e do reconhecimento desses trabalhadores. “É necessário ainda que tenhamos mais iniciativas que dão protagonismo aos profissionais da gastronomia tradicional do nosso estado”, enfatiza Beltrão.
Além de ter um dos maiores quantitativos de boleiras no semiárido alagoano, segundo um levantamento realizado pela Embrapa, o município de Pão de Açúcar, por meio da Prefeitura, adquire a produção das boleiras pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Dessa maneira, também incentiva o desenvolvimento socioeconômico, valorizando a produção local.
São convidados para a solenidade boleiras e boleiros dos municípios de Arapiraca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Delmiro Gouveia, Feira Grande, Igaci, Lagoa da Canoa, Quebrangulo, Santana do Ipanema, São Sebastião, Taquarana e Traipu. De acordo com o levantamento, nesses municípios há um volume expressivo de profissionais que atuam na produção artesanal de bolos.
Durante o evento, será apresentado o resultado do estudo socioeconômico da produção das boleiras, que teve o apoio de representantes das prefeituras dos municípios convidados. Também será compartilhada a experiência das beijuzeiras sergipanas, numa palestra da professora Sonia Menezes, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Além disso, será formada a Rede de Boleiras e Boleiros das Alagoas, com o objetivo de, principalmente, valorizar e fortalecer o ofício dos profissionais no estado e no Nordeste.
Projeto Boleiras das Alagoas
Com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), executados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no âmbito do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), Boleiras das Alagoas é coordenado pela pesquisadora Patrícia Bustamante, da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió). O chefe-geral da Unidade, João Flávio Veloso, ressalta que, posteriormente ao evento, as capacitações serão abertas para qualquer pessoa interessada em fazer o curso. Os vídeos estarão disponíveis no canal da Embrapa no YouTube. A equipe da Embrapa também vai incluir no conteúdo no e-Campo, a plataforma de capacitações on-line da Embrapa.
“O projeto Boleiras das Alagoas é conduzido por várias mãos, e nos possibilita aprender e partilhar conhecimentos com mulheres e homens que mantêm a tradição de produzir alimentos artesanais feitos com mandioca e outros ingredientes típicos de Alagoas”, afirma. Ele explica que as capacitações técnicas dos participantes foram feitas na forma de ‘diálogos e muita mão na massa’, e geraram vídeos que agora, na segunda fase do projeto, serão disponibilizados para que mais pessoas possam também participar. “Queremos, com isso, contribuir para reforçar a identidade alimentar do nosso estado, e para a melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas, que mantêm vivo este ofício”, destaca Veloso.
Com apoio da Assessoria de Comunicação do Conisul.
Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Alimentos e Territórios