IBGE inicia coleta de informação para o Censo 2022 Municípios
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dá início nesta segunda-feira, 20 de junho, à coleta de informações da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, que marca o início das operações urbanas do Censo Demográfico 2022. Nessa etapa, 22.745 agentes censitários vão às ruas para coletar dados sobre as condições das vias, calçadas, bueiro, iluminação, sinalização, acessibilidade e arborização, por exemplo.
Entre os dez quesitos investigados, há três novos itens, referentes à existência de ponto de ônibus e van, via sinalizada para bicicletas e obstáculos nas calçadas. Os agentes vão visitar 326.643 setores censitários nos 5.568 Municípios brasileiros. As informações coletadas integram o trabalho de preparação para a coleta de campo do Censo Demográfico, prevista para começar em 1º de agosto, mas também servem de subsídio para uma série de políticas públicas nas três esferas de governo, envolvendo saneamento básico, mobilidade urbana, inclusão social, segurança pública e meio ambiente, entre outros temas.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reforça que o Censo é a única fonte de informação para dar todo o diagnóstico ao gestor municipal e ressalta a importância para os Municípios, especialmente porque os gestores precisam conhecer o presente para organizar o futuro. Além disso, os gestores precisam entender se os Municípios passaram por mudanças e quais foram, se as cidades saíram de pequenas para médias, de médias para grandes.
Os dados coletados pelo Censo interferem, também, no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já que o coeficiente é calculado com base na população. Por isso, a CNM reforça que para ter bons dados, o levantamento deve contar com a ajuda dos gestores locais que devem incentivar os moradores da sua cidade a receberem o recenseador.
O que é o Censo?
Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os lares brasileiros. A operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia. A falta de destinação de verbas pelo governo federal também foi um obstáculo. Em 2021, o orçamento federal não trouxe os recursos necessários para a condução do Censo, que acabou cancelado novamente, mas desta vez sob uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ocorresse em 2022. Dois concursos públicos para contratação dos mais de 200 mil trabalhadores temporários tiveram que ser cancelados.
As informações recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação de estados e Municípios, sendo essenciais também para políticas de saúde, como a necessidade de alocação de profissionais e equipamentos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e planejamento de políticas educacionais. Os dados são usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do próprio IBGE, que levanta informações sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego, e até para pesquisas eleitorais.