Municípios são prejudicados com anúncio de cortes no orçamento para despesas com saneamento básico Municípios
A universalização do esgotamento sanitário na área urbana do Brasil necessitaria de R$ 150 bilhões de reais em investimento, tendo como horizonte o ano de 2035, segundo o Atlas Esgotos. Dados da ONG Contas Abertas mostram que o país, onde 45% da população ainda não tem acesso a serviço adequado de esgoto, tem ido de encontro ao recomendado nos últimos dois anos. Quando comparados os valores destinados pela União para despesas com saneamento em 2016 e 2017, houve uma queda de 32%. No ano passado, R$ 2,1 bilhões foram executados no setor pelo governo federal; e, um ano antes, o montante atingiu R$ 3,2 bilhões.
Os serviços de saneamento básico correspondem ao conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas.
Medidas
O Plano Plurianual 2016-2019 é um plano de médio prazo, que estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem executadas pelo governo federal, Estadual ou Municipal ao longo do período. Inserido nesse documento está o Programa Temático de número 2068, denominado saneamento básico, cujo objetivo de número 0353 é “Implementar medidas estruturantes que assegurem a melhoria da gestão e da prestação dos serviços públicos de saneamento básico”.
Usualmente, para alcance dos objetivos, os recursos são disponibilizados por meio dos seguintes órgãos:
1.Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculado ao Ministério da Saúde;
2.Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculado ao Ministério da Integração;
3.Ministério das Cidades.
Necessidade
Alguns fatores colaboram para maior necessidade de investimento: o crescimento da população; a escassez de recursos hídricos, que afeta o abastecimento de água potável; e as enchentes, relacionadas com drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas. Sem contar os lixões, que, apesar das ações executadas entre 2009 e 2014, aumentaram em 11%, ao passo que o número de aterros reduziu em 10%.
Com o corte de praticamente um terço dos recursos para 2018, a execução de políticas públicas fica comprometida. As dificuldades não penalizam a União e os Estados, apenas os gestores locais.