Novas gestões municipais começam a trabalhar nos PPAs para definir prioridades até 2029 Municípios
Novas gestões municipais começam a trabalhar nos PPAs para definir prioridades até 2029
Especialistas alertam para a importância da participação popular na destinação de recursos para áreas essenciais, como o Orçamento Criança e Adolescente
O Brasil vive um momento decisivo para a definição de seu futuro, com a elaboração dos Planos Plurianuais (PPA) municipais, que orientarão as administrações no período de 2026 a 2029. Nesse contexto, os gestores públicos têm a responsabilidade de estabelecer diretrizes, objetivos e metas que impactarão diretamente nas políticas públicas dos próximos quatro anos. Um dos aspectos centrais desse processo é garantir que os direitos das crianças e adolescentes sejam devidamente contemplados nos orçamentos, pois, sem previsão financeira, a implementação de políticas públicas voltadas para esse público fica comprometida.
Até agosto deste ano, o Poder Executivo deverá encaminhar o PPA às Câmaras Municipais, responsáveis por avaliar e aprovar o planejamento financeiro do próximo ciclo. Especialistas alertam para a necessidade de incluir o Orçamento Criança e Adolescente (OCA) como um eixo fundamental no planejamento orçamentário dos municípios. “O OCA é um instrumento essencial para garantir que recursos sejam destinados a políticas públicas voltados à infância e adolescência, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Constituição Federal”, explica a analista do Centro Marista de Defesa da Infância, Débora Reis.
Relevância do Orçamento Criança e Adolescente
O OCA é uma segmentação do orçamento público que permite identificar e monitorar os recursos destinados a políticas, programas e ações voltadas exclusivamente para infância e adolescência. Entre as principais áreas contempladas estão educação, saúde, assistência social, infraestrutura, cultura, esporte e lazer A ausência de previsão orçamentária para essas iniciativas pode comprometer direitos básicos e agravar situações de vulnerabilidade social.
Para evitar esse cenário, é fundamental que o PPA contemple o OCA de forma detalhada e expressiva, assegurando que as iniciativas saiam do papel. Esse cuidado é essencial para evitar cortes ou destinações inadequadas que prejudiquem a garantia desses direitos. “A responsabilidade de garantir um orçamento adequado para crianças e adolescentes é compartilhada entre gestores municipais, sociedade civil e parlamentos locais. Os vereadores, ao analisar e aprovar o PPA, podem propor emendas que fortaleçam o financiamento dessas políticas. No entanto, a participação da sociedade é igualmente essencial para fiscalizar e cobrar a efetivação dessas medidas. O momento de elaboração do PPA é uma oportunidade estratégica para consolidar um compromisso real com a infância e a adolescência, assegurando um futuro mais justo para todos”, finaliza Débora Reis.