Novos municípios já podem aderir ao Criança Feliz Educação
Ministério da Cidadania abriu prazo para adesão do total de 1.575 novas cidades ao Criança Feliz, o maior programa de visitação domiciliar para desenvolvimento infantil do mundo. Desses, 418 municípios têm a chance de ingressar no programa pela primeira vez, pois no ano passado, eram municípios considerados não elegíveis.
Para ser elegível, o município deve ter ao menos um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e, no mínimo, 140 pessoas do público prioritário do programa, que são: gestantes e crianças de até três anos inscritas no Cadastro Único e de até seis anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Cerca de 95% dos novos municípios aptos a ingressarem ao Criança Feliz, são de pequeno porte, ou seja, abrigam uma população de até 20 mil habitantes. Nas adesões anteriores, esses municípios não contavam com um público suficiente para participarem do programa. O Ministério da Cidadania autorizou, no mês de julho, os municípios a incluírem crianças do Cadastro Único como prioridade no atendimento.
Para aderir ao Criança Feliz alguns passos devem ser seguidos, como: o gestor da assistência social do município deve acessar o sistema Sistema Nacional de Informação do Sistema Único de Assistência Social (Rede SUAS); preencher o Termo de Adesão; e encaminhá-lo para aprovação do Conselho Municipal de Assistência Social. O município precisará também desenvolver um diagnóstico regional e um plano de ação para a execução das visitas domiciliares.
Criança Feliz
O Criança Feliz é considerado o maior programa de visitação domiciliar para o desenvolvimento infantil do mundo. Mais de 22 mil profissionais atuam no programa – entre supervisores e visitadores. Este mês, o programa venceu a edição 2019 de um dos maiores prêmios internacionais do mundo na área da educação: o WISE Awards da Cúpula Mundial de Inovação para a Educação que reconheceu o trabalho como uma das principais e mais inovadoras iniciativas na área. A premiação concedida pela Fundação Catar é considerada uma das mais concorridas e prestigiadas do mundo. O programa brasileiro de atenção à primeira infância competiu com mais de 480 projetos de vários países.
O programa brasileiro de atenção à primeira infância é coordenado pelo Ministério da Cidadania e integra ações nas áreas da saúde, assistência social, educação, justiça, cultura e direitos humanos. “É um programa de extrema abrangência, de crianças mais frágeis que mais precisam de apoio. E a maneira que nós temos de apoiá-las, de orientar a família, de ajudar a melhorar a situação dessas crianças é que vai fazer toda a diferença no futuro dela”, ressaltou o ministro da Cidadania, Osmar Terra.
Novas parcerias e troca de experiências que vão aprimorar o Programa Criança Feliz e aperfeiçoar outras ações de educação, principalmente as voltadas para crianças com deficiência. Esses são alguns dos resultados da participação do ministro da Cidadania, Osmar Terra, no Seminário How Kids Learn (Como as Crianças Aprendem, em tradução livre do inglês para o português), promovido pela Fundação Varkey e pelo Instituto Tomorrow, neste fim de semana, na Inglaterra. Especialistas de diversas partes do mundo estiveram reunidos para discutir métodos e tecnologias que possam auxiliam na melhoria da educação.
Osmar Terra foi um dos palestrantes. Ele apresentou o programa do governo federal Criança Feliz que, por meio de visitas domiciliares, orienta as famílias sobre as melhores maneiras de estimular o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças.
Durante o encontro na Inglaterra, o ministro da Cidadania negociou a vinda de uma operação da entidade internacional Fundação Varkey para o Brasil. Com sede no Reino Unido, a fundação atua de maneira filantrópica no apoio a programas e iniciativas que ajudam na qualificação de professores, no acesso de crianças à tecnologia e no compartilhamento de metodologias que potencializam o aprendizado.
“O nosso objetivo é fazer com que a expertise da Fundação Varkey, que é muito voltada para a educação, e está se voltando cada vez mais para a educação de crianças com deficiência, e crianças no início da vida, que eles possam colaborar com a gente no Brasil, levando a experiência deles, capacitação de professores, principalmente para crianças com deficiência e para crianças na primeira infância, para nos ajudar nos nossos programas”, ressaltou o ministro.
A Fundação Varkey já atua na Argentina, em Uganda e em Gana. É ela também que realiza todos os anos o Global Teacher Prize, prêmio que reconhece o melhor professor do mundo, considerado o Oscar da educação.
Visitas
Os visitadores do Criança Feliz ensinam as famílias a desenvolverem na criança habilidades de linguagem, cognição, motricidade e sócio afetividade. Assim, também melhoram o vínculo afetivo. Práticas simples, como a troca de olhares entre mãe e bebê, a cantiga antes de dormir e a brincadeira de bater palmas, contribuem para o desenvolvimento pleno da criança. A ciência aponta que, na primeira infância, as conexões entre os neurônios se estabelecem em menor ou maior velocidade a partir dessas interações.
Muitas vezes, “o pai não sabe como lidar com a dificuldade daquela criança. As atividades parecem ser tão simples, mas a gente nota a diferença, numa simplicidade a gente consegue observar”, contou a dona de casa e mãe do Samuel, Sulamita Alves, moradora da comunidade Baracela, no Parque Novo Mundo em São Paulo, que recebe as visitas do programa Criança Feliz.
Coordenado pelo Ministério da Cidadania, o Criança Feliz promove o desenvolvimento adequado na primeira infância, integrando ações nas áreas da cultura, do desenvolvimento social, da educação, da saúde, da justiça e dos direitos humanos. O programa está presente em 2.620 municípios e já atendeu, até o momento, 773 mil crianças e gestantes. No total, foram realizadas mais de 20,7 milhões de visitas por cerca de 18,8 mil profissionais.